O número de vagas de emprego nos setores não agrícolas dos Estados Unidos foi de 7,2 milhões em julho, segundo dados do relatório Job Openings and Labor Turnover Survey (Jolts), divulgado nesta quarta-feira (3) pelo Departamento do Trabalho do país. A expectativa do mercado era de 7,4 milhões.
Ao longo de julho, tanto o número de contratações quanto o total de desligamentos nos Estados Unidos manteve-se estável, em 5,3 milhões, segundo dados do Departamento de Estatísticas do Trabalho.
Os pedidos de demissão, que representam saídas voluntárias iniciadas pelos próprios trabalhadores, totalizaram 3,2 milhões, enquanto as dispensas e demissões, ou seja, desligamentos involuntários promovidos pelos empregadores, somaram 1,8 milhão, ambos também sem variação em relação ao mês anterior.
No mesmo período, o número de vagas abertas caiu em setores específicos. As maiores quedas foram registradas em saúde e assistência social (-181 mil), artes, entretenimento e recreação (-62 mil) e mineração e extração de madeira (-13 mil).
O número total de contratações, por sua vez, permaneceu em 5,3 milhões no mês.

Impacto do Jolts nas decisões do Fed
O relatório Jolts marca o início de uma semana importante para a avaliação do mercado de trabalho dos Estados Unidos. Ele é o primeiro de uma série de três indicadores-chave que serão divulgados nos próximos dias e que são acompanhados de perto pelo Federal Reserve (Fed) para embasar decisões sobre a política monetária.
Os dados do JOLTS servem como termômetro da dinâmica do emprego no país. Um mercado de trabalho aquecido, ou seja, com muitas contratações, poucas demissões e número elevado de vagas, tende a indicar que a economia ainda está aquecida, o que reduz o espaço para cortes de juros por parte do Fed. Por outro lado, sinais de desaquecimento, ainda que sutis, reforçam as apostas em um possível afrouxamento monetário.
O mercado financeiro já precifica, com alta probabilidade, um corte na taxa de juros na reunião de setembro do banco central norte-americano. Essa expectativa ganhou força após declarações do presidente do Fed, Jerome Powell, durante o tradicional Simpósio de Jackson Hole.
Na ocasião, Powell afirmou que, com a política monetária ainda em território restritivo, o cenário base e a mudança no balanço de riscos “podem justificar um ajuste na postura de política”.