A Revista Time divulgou nesta sexta-feira (7) a capa de sua próxima edição, trazendo uma imagem provocativa: Elon Musk sentado na cadeira presidencial do Salão Oval da Casa Branca. A ilustração acompanha uma reportagem que investiga como o bilionário vem acumulando influência sem precedentes dentro do governo dos Estados Unidos, a ponto de alguns analistas sugerirem que ele detém hoje mais poder do que Donald Trump.
O artigo destaca que Musk, CEO da X (antigo Twitter), da Tesla (TSLA; $TSLA34) e da SpaceX, vem tomando decisões que afetam diretamente a máquina pública americana, muitas vezes sem supervisão adequada. “Nenhum cidadão privado exerceu tanto poder sobre a máquina do governo dos EUA”, afirma a publicação. A matéria ainda alerta para os perigos dessa influência descontrolada, sugerindo que Musk “não tolera oposição, não importa quão justificada seja”.

DOGE: o departamento de Musk dentro do governo?
Parte central da reportagem é dedicada ao DOGE, um novo departamento do governo criado por Trump e comandado por Musk, cuja missão oficial é revisar e cortar gastos públicos. No entanto, a Revista Time descreve o DOGE como uma estrutura opaca e informal, sem identificação oficial, site próprio ou autoridade legal claramente definida.
A matéria destaca o caso da USAID, agência de ajuda humanitária dos EUA, que foi alvo de intensas críticas de Musk e acabou sofrendo cortes drásticos em seu orçamento.
O embate começou quando funcionários do DOGE solicitaram acesso a documentos sigilosos da agência, mas tiveram o pedido negado, pois apenas a Casa Branca poderia autorizá-lo. Dias depois, Musk defendeu publicamente o fechamento da USAID, uma proposta que Trump inicialmente rejeitou, mas que logo após cedeu, suspendendo temporariamente a agência.
Um plano de austeridade ou um golpe contra o governo?
A reportagem traça paralelos entre as medidas tomadas pelo DOGE e uma “onda antigovernamental massiva”, que pode resultar no desmonte de órgãos públicos essenciais. Segundo a Time, a influência de Musk se tornou tão profunda que ele tem ditado cortes orçamentários, eliminado programas governamentais e substituído funcionários de carreira por aliados políticos.
A publicação, porém, sugere que essa onda de cortes pode gerar um efeito colateral inesperado. Embora Musk e seus apoiadores defendam as reduções de gastos como necessárias para a eficiência do governo, a Time prevê que a população pode começar a reagir negativamente.
“Uma reação pública pode estar crescendo à missão de Musk, e muito mais está em jogo do que o tamanho do balanço federal, a contagem de funcionários em agências ou os perigos de um homem não eleito possuir tal poder irrestrito”, afirma a reportagem. “Os fazendeiros no centro-oeste (dos EUA) podem em breve descobrir que os compradores financiados pela USAID não estão mais pagando por sacos de farinha para enviar aos campos de refugiados”.
Diante desse cenário, a grande questão levantada pela Revista Time é: até onde vai o poder de Musk dentro do governo? Ele está apenas influenciando decisões ou, de fato, já age como um líder não oficial? Para muitos, a linha entre empresário e chefe de Estado nunca esteve tão tênue.
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