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Revisão anual do Payroll registra queda de 911 mil postos até março

Revisão anual do Payroll registra queda de 911 mil postos até março

A revisão anual do Payroll divulgada pelo Departamento do Trabalho dos Estados Unidos revelou que a economia americana criou 911 mil postos de trabalho a menos do que o estimado inicialmente no período de 12 meses encerrado em março. Trata-se de uma das maiores revisões negativas já registradas e que reforça preocupações sobre a real força do mercado de trabalho.

Esses ajustes são realizados todos os anos com base em dados mais precisos, como as declarações fiscais trimestrais de seguro-desemprego. Embora o número reflita informações defasadas, voltadas a março de 2025, o resultado surpreendeu por estar no limite superior das expectativas, que variavam entre perdas de 600 mil e até 1 milhão de empregos.

Impacto e contexto histórico

A revisão anual do Payroll anterior, referente ao ciclo de março de 2024, já havia indicado uma correção de 818 mil vagas a menos. Posteriormente, esse dado foi atualizado em fevereiro de 2025 para uma queda de 598 mil, considerada na época a maior redução desde 2009. A nova revisão, portanto, amplia a preocupação com a consistência da coleta de dados e a saúde do emprego nos EUA.

Para analistas, a perda de 911 mil postos reflete o enfraquecimento das contratações e sinaliza que a economia vinha crescendo em ritmo mais fraco do que se acreditava. Nos meses de verão (junho a agosto de 2025), por exemplo, a geração média foi de apenas 29 mil empregos mensais, abaixo do nível necessário para manter a taxa de desemprego estável.

Pressão sobre o BLS e debate político

As revisões também colocam em xeque o Bureau of Labor Statistics (BLS), que enfrenta críticas sobre a metodologia usada em suas pesquisas. O modelo conhecido como “nascimento e morte”, que estima a criação ou fechamento de empresas, tem sido questionado por políticos e pelo setor privado.

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A polêmica ganhou força depois que o presidente Donald Trump demitiu a então comissária do BLS, Erika McEntarfer, logo após a divulgação do relatório de julho. A Casa Branca acusa o órgão de falhas na coleta de dados, enquanto economistas defendem que os ajustes fazem parte de um processo técnico necessário para corrigir distorções estatísticas.

Payroll de agosto confirma fraqueza

O payroll de agosto, divulgado na última sexta-feira (5), confirmou o quadro de desaquecimento. Foram criadas apenas 22 mil vagas fora do setor agrícola, muito abaixo da expectativa de 75 mil. A leitura representa forte desaceleração frente a julho, quando houve abertura de 79 mil postos, e reforça a tendência de fragilidade no mercado de trabalho.

Além disso, a taxa de desemprego subiu para 4,3%, o maior nível desde 2021, ao mesmo tempo em que o crescimento dos salários se manteve moderado, em 0,3% no mês e 3,7% em 12 meses. Esses dados reforçam a visão de que o mercado de trabalho perdeu fôlego, consolidando a expectativa de cortes de juros por parte do Federal Reserve já na reunião de setembro.