Nesta sexta-feira (6) acontece a primeira reunião ministerial, na qual deve haver um alinhamento de discurso do novo governo.
Em apenas cinco dias desde a posse, dois desmentidos já foram necessários para acalmar os ânimos. Primeiro, Rui Costa, ministro da Casa Civil precisou desmentir uma revisão da Reforma da Previdência, anunciada pelo ministro Carlos Lupi, da pasta da Previdência.
Também o indicado para a presidência da Petrobras (PETR3; PTR4), senador Jean Paul Prates, precisou voltar atrás e afirmar que não haverá intervenção do governo nos preços dos combustíveis.
“Não falta ruído neste início de governo e os ministros não devem colaborar para isso. A reunião deve diminuir um pouco as incertezas do mercado”, afirmou Luís Moran, head da EQI Research em participação na Agenda do Dia, da BandNews TV (confira entrevista aqui).

“É importante alinhar o discurso, porque tem muita coisa disparatada sendo dita. A reunião vai mostrar as linhas mestras do governo”, complementou.
“A gente tinha um cenário consistente, com inflação caindo e projeção de queda de juros. Precisamos de continuidade para colher os frutos, especialmente da política monetária. Se o governo parar com os anúncios bombásticos já será um grande progresso”, conclui.
Experiência de Simone Tebet no orçamento
Sobre a posse de Simone Tebet como ministra do Planejamento, Moran considera a participação dela no governo importante, para deixar as contas do governo mais transparentes.
“Ela traz a experiência de dentro do Congresso, de quem participou da aprovação do orçamento, que tem bem menos espaço do que havia há 20 anos atrás, no outro governo Lula”.
Pequena derrota para Haddad
Sobre a manutenção da desoneração dos combustíveis por mais dois meses, assinada por Lula logo nos primeiros atos do governo Lula, Moran avalia que foi “uma pequena derrota” para o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, que contava com a volta da arrecadação, mas que é preciso sempre ponderar que as questões econômicas serão pautadas também pela política, seja qual for o governo.
“Haddad é um político, não é um técnico, e está lá justamente para fazer esse equilíbrio”, avalia.
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