O Banco Central divulgou nesta quinta-feira (28) o Relatório Trimestral de Inflação (RTI), com as perspectivas para a inflação até 2026.
A projeção é que a inflação termine em 5% no final de 2023, sendo inferior à de 2022, de 5,8%, e acima do limite superior do intervalo de tolerância (4,75%) da meta para a inflação (3,25%) – o intervalo compreende 1,5 p.p. para cima ou para baixo.
Até o final do ano, as projeções de curto prazo consideram variações do IPCA, indicador oficial, de 0,38% em setembro, 0,41% em outubro, 0,39% em novembro e 0,53% em dezembro.
A projeção de 5% para o IPCA é a mesma do que a apresentada no RTI de junho, três meses atrás.
A inflação projetada cai para 3,5% em 2024, sendo que no RTI de junho era 3,4%.
Para 2025, a inflação deve ser de 3,1%, mesma do RTI de junho.
E para 2026, também de 3,1% (sem referência no RTI de junho).
As projeções feitas pela autoridade monetária utilizam o conjunto de informações disponíveis até a 257ª reunião do Copom, realizada dias 19 e 20 de setembro, quando ficou decidido o segundo corte da Selic, taxa básica de juros, em 50 pontos-base. Para os condicionantes utilizados nas projeções, em especial os advindos da pesquisa Focus, a data de corte é 15 de setembro.
Relatório Trimestral de Inflação e a probabilidade de estouro da meta
A probabilidade de a inflação ficar acima do limite superior da meta em 2023 passou de cerca de 61% no RTI de junho para 67% no RTI de setembro.
Para 2024, a probabilidade de estouro da meta é de 24%. Para 2025 e 2016, 16%.
Fonte: Banco Central
Projeções para Selic
No caso da taxa Selic, a trajetória da mediana das expectativas do Copom é extraídas da pesquisa Focus de 15 de setembro.
Segundo o RTI, são esperados mais sete cortes de 50 pontos-base e um de 25 pontos-base, com Selic chegando a 9% ao ano na reunião de setembro de 2024.
Expectativas para Selic
- 2023 – 11,75%
- 2024 – 9%
- 2025 – 8,5%
- 2026 – 8,5%
- 2027 – 8,5%
Projeção para o PIB
A projeção de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) para 2023 passou de 2% para 2,9%, refletindo sobretudo a surpresa com o crescimento no segundo trimestre, aponta o Copom.
Para 2024, projeta-se crescimento de 1,8%.
“A atividade econômica surpreendeu novamente no segundo trimestre ao crescer 0,9%. Avalia-se que o forte crescimento no primeiro semestre em parte reflete fatores transitórios e que permanece a perspectiva de que a atividade cresça em ritmo menor nos próximos trimestres e ao longo de 2024”, aponta o relatório.
RTI e Cenário macro
Segundo o RTI, o ambiente externo mostra mais incerto, com a elevação das taxas de juros de longo prazo dos Estados Unidos e a perspectiva de menor crescimento na China, ambas exigindo maior atenção por parte de países emergentes.
Os bancos centrais das principais economias permanecem determinados em promover a convergência das taxas de inflação para suas metas, e o processo de desinflação tem continuado, a despeito de núcleos de inflação ainda elevados e resiliência nos mercados de trabalho de diversos países.
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