O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, confirmou os nomes de Paulo Picchetti e Rodrigo Alves Teixeira como novos diretores do BC (Banco Central) a partir de 2024. Eles serão indicados pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva e terão de passar por sabatina na Comissão de Assuntos Econômicos do Senado para assumir seus cargos a partir de 1º de janeiro.
O BC tem oito diretores, e desde que a autonomia da instituição foi aprovada, seus mandatos são de quatro anos, assim como o do presidente, sendo que dois vencem a cada ano – uma maneira de diminuir uma eventual interferência do governo da vez sobre a autoridade monetário, já que o presidente da República leva três dos quatro anos de mandato para poder executar todas as trocas.
Junto com o presidente, esses oito diretores formam o Copom (Comitê de Política Monetária), que se reúne oito vezes por ano para definir a Selic, a taxa básica de juros da economia brasileira. Haddad disse que os nomes de Teixeira e Pichetti já foram comunicados e aprovados pelo atual presidente, Roberto Campos Neto.
Novos diretores do BC: quem é Paulo Picchetti
Paulo Pichhetti, que substituirá Fernanda Guardado na diretoria de Assuntos Internacionais e de Gestão de Riscos Corporativos, é mestre em Economia pela Universidade de São Paulo e doutor em Economia pela Universidade de Illinois (EUA). Trabalha como professor na Escola de Economia de São Paulo, da Fundação Getulio Vargas (FGV/EESP), e também coordena a equipe responsável pelo cálculo do IPC-S (Índice de Preços ao Consumidor – Semanal) da FGV.
Também atuou como coordenador de índice de preços na Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe). É especialista em econometria e análise de ciclos econômicos e índices de preços. Na diretoria de Assuntos Internacionais, tem a missão de entender o impacto da conjuntura internacional na definição da política monetária brasileira.
Novos diretores do BC: quem é Rodrigo Alves Teixeira
Rodrigo Alves Teixeira é servidor de carreira do BC, mas hoje atua como secretário especial adjunto de Análise Governamental na Casa Civil. É professor do departamento de Economia da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP) e atuou com Haddad em seu tempo na prefeitura de São PAulo (2013-2016) na área de reestruturação de carreiras.
“São dois nomes que contam com apoio do presidente (Campos Neto), que vai acolhê-los da melhor maneira possível na instituição. Nossa interlocução tem sido aperfeiçoada ao longo do tempo, penso que continuaremos em um momento de muita troca de informações, impressões e conhecimentos”, disse Haddad ao defender as nomeações.
O objetivo do governo é que os dois novos diretores do BC passem por suas sabatinas e aprovações ainda neste ano, antes do recesso do Congresso Nacional, para poder participar já da primeira reunião do Copom em 2024, marcada para 30 e 31 de janeiro.