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Primeiro-ministro da França enfrenta voto de confiança

Primeiro-ministro da França enfrenta voto de confiança

O primeiro-ministro da França, François Bayrou, enfrenta nesta segunda-feira (8) um voto de confiança no Parlamento que pode determinar a queda do seu governo. No cargo há apenas nove meses, Bayrou decidiu submeter-se ao julgamento dos deputados após apresentar um plano orçamental para 2026, considerado impopular e alvo de fortes críticas.

O projeto prevê cortes de 44 mil milhões de euros para reduzir a dívida pública francesa, que já alcança 114% do PIB, incluindo medidas polêmicas como a eliminação de dois feriados nacionais e o congelamento de pensões. Ao justificar sua decisão, Bayrou afirmou: “Se tivermos maioria, o Governo é confirmado. Se não tivermos, o Governo cai”.

Oposição unida contra o governo

O voto de confiança acontece num cenário político altamente fragmentado. Bayrou tem denunciado a união improvável entre partidos rivais que, segundo ele, estão “em guerra civil aberta entre si (…) e unem-se para derrubar o governo”. As críticas foram dirigidas especialmente ao Rassemblement National, de Marine Le Pen, e ao La France Insoumise, de Jean-Luc Mélenchon, ambos já comprometidos em votar contra.

Com uma Assembleia Nacional dividida em três blocos desde as eleições legislativas de 2024, nenhum grupo detém maioria absoluta. A necessidade de 289 votos para manter o governo torna a vitória improvável, já que centristas e conservadores moderados não garantiram apoio firme. A extrema-direita, por sua vez, classificou a sessão como “o fim do Governo”.

Consequências econômicas e políticas

A possível queda do governo francês abre caminho para uma nova dissolução do Parlamento e eleições antecipadas, ampliando o clima de instabilidade. A crise ocorre apenas oito meses depois da saída de Michel Barnier, também derrubado por uma moção de censura relacionada ao orçamento.

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Economistas alertam que a turbulência pode afetar não só a França, mas toda a União Europeia. O plano orçamental de Bayrou buscava alinhar o país às regras do Pacto de Estabilidade europeu, que impõe limites ao défice público. A incerteza ameaça a confiança nos mercados e pode impactar diretamente a economia do bloco.

Além da disputa parlamentar, Bayrou enfrenta protestos organizados pelo movimento “Bloquons tout”, que promete paralisações em setores estratégicos como transportes, saúde e coleta de lixo. As manifestações foram marcadas para coincidir com a votação, simbolizando o que grupos opositores chamam de “despedida de Bayrou”.

Essa pressão social amplia a dificuldade do primeiro-ministro em implementar reformas de austeridade. Ainda que consiga sobreviver ao voto de confiança, Bayrou terá de enfrentar novas moções de censura já anunciadas pela oposição, o que prolonga o ambiente de instabilidade.

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