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Preço do ouro: o que pode acontecer após Trump prometer auditar Fort Knox?

Preço do ouro: o que pode acontecer após Trump prometer auditar Fort Knox?

Impulsionado por uma forte demanda dos bancos centrais, a instabilidade econômica global e as medidas do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, para reformular as regras do comércio internacional por meio da imposição de tarifas a aliados e concorrentes estratégicos, o preço do ouro atingiu pela primeira vez na história o recorde de US$ 3 mil por onça-troy.

Com o metal renovando suas máximas, Trump também reacendeu o debate sobre Fort Knox, o famoso depósito que abriga as reservas de ouro dos Estados Unidos desde 1937 e é considerado um símbolo de segurança e proteção.

No início da pandemia, o ouro oscilava entre US$ 1.500 e US$ 1.600 por onça-troy, mas com a nova máxima histórica e o conturbado início do novo mandato de Trump, surge a dúvida: o ouro conseguirá ultrapassar esse patamar?

Trump quer restabelecer o padrão-ouro?

O recente interesse de Donald Trump por Fort Knox e suas potenciais implicações para o mercado global de ouro geraram debates. A possibilidade de Trump querer restabelecer um padrão-ouro para a economia mundial ganhou atenção, mas especialistas do mercado, como Felipe Paletta, analista da EQI Research, acreditam que isso seja improvável.

“Na minha opinião, a ideia de um padrão-ouro global é muito difícil de implementar nos dias atuais. Mesmo em 2015, durante sua primeira passagem pela presidência, Trump já havia afirmado que isso seria algo extremamente complicado. Agora, o que ele provavelmente busca é criar um cenário em que o mercado discuta essa possibilidade, sem que seja, de fato, algo concreto”, diz Paletta.

Paletta ressalta que vê também a iniciativa do ex-presidente mais como uma tentativa de desestabilizar o equilíbrio econômico global do que como um genuíno esforço para implementar um novo sistema monetário.

Ouro de Fort Knox

A discussão sobre o padrão-ouro ganhou força após duas polêmicas recentes. A primeira delas foi a proposta da criação de uma moeda comum entre os países do bloco BRICS — Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul. Durante a última reunião do grupo em Kazan, na Rússia, o presidente Vladimir Putin recebeu uma cédula simbólica representando a possível moeda, que teria como lastro o ouro.

Essa ideia surgiu no contexto de uma busca por maior independência financeira em relação ao dólar e às instituições financeiras dominadas pelo Ocidente, como o sistema de pagamentos Swift. No entanto, a proposta não avançou e, atualmente, a criação de uma moeda comum para o bloco é considerada improvável no curto prazo.

Além disso, uma recente decisão do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de revisar os estoques de ouro do Depósito de Ouro de Fort Knox, em Kentucky, reacendeu um antigo debate sobre a real quantidade e integridade das reservas norte-americanas.

Embora não haja evidências concretas de que o ouro tenha sido retirado de Fort Knox, o governo Trump prometeu tornar essa revisão uma de suas bandeiras para lidar com os problemas fiscais do país.

O depósito abriga 147,3 milhões de onças troy de ouro, o que corresponde a 59% das reservas da Secretaria do Tesouro dos EUA.

Mas e se o ouro ali armazenado for realmente menor do que o esperado?

Essa possibilidade poderia gerar impactos diretos no mercado, especialmente considerando as grandes expectativas que cercam o metal precioso. Paletta acredita que, caso os estoques de ouro nos Estados Unidos sejam menores do que o anunciado, isso poderia gerar volatilidade nos mercados.

“É um cenário possível, mas, na minha opinião, estamos mais diante de especulação do que de algo que possa realmente ocorrer. Se o mercado perceber que há menos ouro do que se imagina, a volatilidade pode aumentar, mas isso não deve alterar a tendência de valorização do metal no longo prazo.”

Impacto no preço do ouro

Diante desse cenário, o preço do ouro já se valorizou em mais de 80% desde o início deste ciclo econômico, mas as expectativas para o futuro continuam a gerar opiniões divergentes entre os analistas.

Por exemplo, durante a presidência de Ronald Reagan, na década de 1970, o preço do ouro aumentou mais de 1000% em duas ocasiões. No entanto, os investidores que adquiriram o metal nos picos de preço precisaram aguardar décadas até que o ouro voltasse a atingir níveis semelhantes.

“Investir em ouro no atual momento pode ser arriscado. Se você olhar para o ciclo anterior, muitos investidores que compraram ouro nos altos preços da década de 70 ficaram 20 anos ou mais sem ver o preço nominal de volta, ou seja, sem contar com a inflação. Isso pode ser um indicativo de que, mesmo que o ouro continue subindo, pode ser um ativo volátil a curto e médio prazo”, aponta Paletta.

Ele ainda destaca que, diante de um cenário de inflação persistente, um possível aumento nas taxas de juros por parte do Federal Reserve pode gerar ainda mais incerteza sobre o futuro do ouro.

O ouro tende a subir quando a inflação está fora de controle, mas isso também pode ser sinal de que as taxas de juros estarão mais altas.

“Sendo assim, investir em dólar, junto com as taxas de juros nos Estados Unidos, seria mais atraente do que investir propriamente em ouro”, explica Paletta.

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