O índice de preços ao produtor (PPI, na sigla em inglês) dos Estados Unidos registrou um avanço de 0,1% em maio, segundo dados divulgados nesta quinta-feira (12) pelo Bureau of Labor Statistics (BLS). O número ficou abaixo das projeções do mercado, que esperavam um aumento de 0,2%.
O núcleo do PPI, que exclui itens mais voláteis como energia, também teve alta de 0,1% no mês, enquanto as previsões indicavam uma elevação de 0,3%.
Essas informações foram divulgadas um dia após a publicação do Índice de Preços ao Consumidor (CPI), que também surpreendeu positivamente. O CPI avançou 0,1% em maio, frente a uma estimativa de 0,2%, apontando para uma desaceleração no ritmo da inflação ao consumidor.
PPI e política monetária do Fed
Diante desse cenário, o Federal Reserve (Fed) tem demonstrado maior cautela em suas decisões sobre a taxa de juros, refletindo a preocupação com a evolução dos preços.
Na mais recente reunião de política monetária, o Fed optou por manter os juros na faixa de 4,25% a 4,5%, repetindo a decisão das duas reuniões anteriores.
A decisão ocorre em meio a tentativas do ex-presidente Donald Trump de influenciar Jerome Powell, presidente do banco central, para adotar uma política mais expansionista e reduzir os juros.
Entretanto, medidas adotadas pelo governo republicano, como tarifas sobre produtos estrangeiros e ações rigorosas contra a imigração, tendem a gerar efeitos inflacionários. Isso contribui para que o Fed adote uma postura mais resistente a cortes na taxa básica.
Com juros mais altos nos EUA, os títulos do Tesouro norte-americano — considerados os ativos mais seguros do mundo — se tornam mais atrativos.
Assim, investidores internacionais tendem a direcionar recursos para esse mercado. Por outro lado, um eventual corte nas taxas pode incentivar a busca por alternativas mais rentáveis em outros países, como os mercados emergentes, incluindo a bolsa de valores brasileira.