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CPI: inflação nos EUA sobe abaixo do esperado em maio

CPI: inflação nos EUA sobe abaixo do esperado em maio

O Índice de Preços ao Consumidor (CPI) dos Estados Unidos (EUA) subiu 0,1% em maio, ficando abaixo das expectativas do mercado. Segundo o Departamento do Trabalho, as tarifas impostas pelo presidente Donald Trump ainda não tiveram efeito expressivo sobre a inflação. Em relação ao mesmo período do ano anterior, a taxa anual de inflação ficou em 2,4%.

Economistas ouvidos pela Reuters projetavam um aumento mensal de 0,2% para maio, repetindo o desempenho de abril.

CPI: gráfico do indicador
CPI: comparação mensal. Fonte: Bureau of Labor Statistic

CPI EUA: núcleo da inflação também vem abaixo do esperado

Ao excluir os preços voláteis de alimentos e energia, o chamado núcleo do CPI, principal medida acompanhada pelo Federal Reserve (Fed) também registrou alta de 0,1% no mês e 2,8% na comparação anual, abaixo das estimativas do mercado, que apontavam para 0,3% e 2,9%, respectivamente.

As autoridades do Fed consideram o núcleo da inflação um indicador mais fiel das tendências de longo prazo. Muitos membros do Fed, inclusive, vêm demonstrando preocupação com o possível impacto das tarifas sobre o comportamento futuro dos preços.

O Bureau of Labor Statistics, que divulgou os dados nesta quarta-feira (11), destacou que, por enquanto, as medidas comerciais do governo ainda não se refletiram de forma significativa no índice geral de preços ao consumidor, que abrange uma ampla cesta de bens e serviços na economia norte-americana.

Tá, e aí?Thalita Silva

Para Thalita Silva, economista da EQI Asset, o número da inflação dos EUA foi “muito bom”. “O número cheio e o núcleo vieram abaixo do consenso e, inclusive, abaixo do mês anterior. A surpresa baixista foi espalhada entre bens e serviços”, aponta.

Para ela, chama a atenção a medida supercore (ou mais crítica), com o núcleo excluindo também a parte de habitação. Ela veio em 0,06% no mês a mês, patamar muito comportado, em sua avaliação.

“Tudo isso sinaliza que o efeito das tarifas ainda não está aparecendo nos dados de inflação. Mas de qualquer forma, a partir de junho devemos começar a ver uma reversão desse cenário, com as tarifas pressionando a inflação americana para cima”, conclui.