O PMI Industrial do Brasil (Índice dos Gerentes de Compras) ficou em 51,1 em setembro, uma leve queda em relação aos 61,9 pontos de agosto, demonstrando uma queda do otimismo do setor industrial especialmente pela desaceleração no crescimento do número de pedidos. Os números foram divulgados nesta segunda-feira pela S&P Global.
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Embora a perspectiva em relação à inflação dos insumos tenha caído ao menor nível dos últimos oito anos, o setor tem percebido sinais de risco de estagnação, já que o volume de novos pedidos aumentou a um ritmo mais lento no atual período de sete meses de expansão — um pouco restringido pela queda mais acentuada nas exportações desde junho de 2020.
O enfraquecimento da demanda, tanto para insumos quanto para bens finais, ajudou a reduzir a inflação, conforme visto por aumentos mais brandos nos preços de insumos e custos de produção.

O índice de novos pedidos, o maior subcomponente do PMI, registrou aumento notavelmente mais brando em setembro. O aumento foi marginal e o mais lento na atual sequência de sete meses de expansão. O crescimento teria sido restringido pelo poder de compra reduzido entre os clientes, fragilidade do setor automotivo e vendas fracas no varejo.
A demanda global enfraquecida restringiu o recebimento de novos pedidos para exportação em setembro. A queda mais recente foi a sétima em meses consecutivos e a mais rápida desde meados de 2020.
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Apesar dos sinais de enfraquecimento da demanda, os fabricantes de produtos continuaram a aumentar a produção em setembro. O índice de produção aumentou moderadamente, mas a uma taxa mais rápida do que em agosto.
Os dados de setembro destacaram ainda um recuo considerável nas pressões de custos. Os preços de insumos aumentaram à taxa mais lenta em quase oito anos. De acordo com os participantes da pesquisa, os preços mais baixos de commodities, metais e plásticos ajudaram a reduzir os aumentos em outros lugares.
Análise da pesquisa pela S&P
“Há sinais claros e preocupantes de que a demanda geral está hesitante, paralelamente à queda nas vendas internacionais, ganhando velocidade considerável em meio a condições econômicas globais desafiadoras”, avaliou Pollyanna De Lima, diretora associada de Economia da S&P Global Market Intelligence, responsável pela pesquisa.
Ela citou especialmente os números do PMI para a China, o maior mercado de exportação do Brasil, que mostram declínios notáveis na atividade de compra e no índice de produção entre os fabricantes de produtos em setembro. “Mas os dados mostraram que os fabricantes brasileiros estão fortemente confiantes em uma retomada econômica, especialmente depois do fim das eleições presidenciais. De fato, apesar do aumento mais brando nas vendas em geral, o crescimento da produção ganhou algum fôlego e mais empregos foram criados em setembro”, analisou De Lima.
“Os clientes já estão se beneficiando da diminuição das pressões sobre os preços, como visto pela recuperação mais fraca nos preços de venda desde dezembro de 2019. Esse recuo pode proporcionar um impulso bastante necessário para as vendas nos próximos meses e manter o setor industrial em funcionamento.”
O PMI Industrial do Brasil é uma pesquisa realizada pela S&P Global Brasil e se baseia em dados compilados a partir de respostas mensais a questionários enviados a executivos encarregados por compras em cerca de 400 empresas industriais. O painel é estratificado por setor e pelo número de funcionários da empresa, com base em suas contribuições para o PIB.
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