O Índice de Gerente de Compras (PMI, na sigla em inglês) do setor de serviços do Brasil desacelerou em abril, saindo de 54,8 pontos em março para 53,7 em abril. Os dados do PMI de serviços do Brasil, divulgados pela S&P Global, indicam perda de força do crescimento do setor, com o enfraquecimento das vendas no mês.
De acordo com o PMI de serviços do Brasil, apesar da queda no crescimento do setor, as taxas de aumento na atividade de negócios e nos novos pedidos foram as mais fortes desde o primeiro semestre de 2023 e acima das suas respectivas médias de longo prazo.
As expansões sustentadas no volume de novos pedidos incentivaram um aumento do quadro de funcionários. Apesar disso, o sentimento positivo em relação às perspectivas da atividade de serviços para o próximo ano caiu para seu nível mais baixo desde julho de 2023.
Os custos mais altos de insumos e mão de obra aumentaram as despesas. A taxa de inflação permaneceu inalterada em relação à maior alta em cinco meses registrada em março. Os preços cobrados na atividade de serviços também aumentaram, embora na menor proporção desde outubro de 2023.
Segundo os entrevistados, shows locais, eventos, iniciativas de marketing e a resiliência da demanda impulsionaram o crescimento das vendas, ainda que a um ritmo mais fraco do que em março.
PMI de serviços do Brasil: otimismo recua
O nível geral de otimismo registrado em abril foi o mais fraco em nove meses, segundo o PMI de serviços do Brasil. Cerca de 44% dos participantes da pesquisa anteciparam um aumento na atividade ao longo dos próximos 12 meses, diante de novas propostas de clientes, resiliência da demanda, eventos planejados e esforços de marketing.
Pollyanna De Lima, Diretora Associada Econômica da S&P Global, avalia que as pressões sobre os custos em toda a economia de serviços do Brasil não mostraram sinais de diminuição em abril, com a taxa de inflação se igualando à observada em março e sendo a mais forte desde outubro do ano passado. Embora isso tenha continuado a se propagar pelos preços cobrados na prestação de serviços, a inflação dos preços recuou devido aos descontos concedidos pelas empresas que tentaram estimular as vendas, disse.
“A diferença entre as taxas dos preços cobrados na atividade de serviços e a inflação dos custos de insumos foi a maior desde outubro do ano passado, sugerindo que as empresas de serviços continuaram absorvendo a maior parte do aumento das despesas.”
Agora, segundo a diretora, as empresas esperam que as condições econômicas permaneçam em uma trajetória ascendente — mas houve uma perda no sentimento positivo em abril.
PMI composto da zona do euro cresce em abril
A atividade empresarial da zona do euro expandiu no ritmo mais rápido em quase um ano em abril. O movimento foi impulsionado pelo setor de serviços, que mais do que compensou a retração no setor industrial. Os dados são do PMI Composto da zona do euro, divulgados pela S&P Global, são desta segunda-feira (6).
O PMI composto da HCOB da zona do euro foi a 51,7 pontos em abril, em comparação com 50,3 de março. A estimativa preliminar era de 51,4 pontos para o indicador.
Abril foi o segundo mês em que o PMI ficou acima da marca de 50, que separa crescimento da contração. Este foi o nível mais alto desde maio de 2023.
Cyrus de la Rubia, economista-chefe do Hamburg Commercial Bank (HCOB), avalia que os provedores de serviços expandiram sua atividade pelo terceiro mês consecutivo, “pondo fim à falta de dinamismo observada no segundo semestre do ano passado”.