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PMI Industrial do Brasil recua em novembro e sinaliza retração mais branda

PMI Industrial do Brasil recua em novembro e sinaliza retração mais branda

Mesmo abaixo do nível de expansão, indicador registrou perda de ritmo na contração em novembro, com leve melhora no emprego e impacto das tarifas dos Estados Unidos

O PMI Industrial do Brasil em novembro registrou nova contração na atividade manufatureira, de acordo com dados da S&P Global, embora em ritmo mais brando do que no mês anterior. O índice subiu de 48,2 pontos em outubro para 48,8 pontos, mas permaneceu abaixo da linha de 50 que separa crescimento de retração, marcando o sétimo mês consecutivo de deterioração no setor.

A leve melhora do índice foi impulsionada, sobretudo, por avanços marginais nos componentes de emprego e estoques de compras. Ainda assim, o ambiente de demanda permaneceu enfraquecido, limitando qualquer sinal de recuperação mais sólida.

Queda nos novos pedidos e impacto das exportações

Os fabricantes relataram nova queda na entrada de novos pedidos, influenciada tanto pela demanda doméstica fraca quanto por uma retração ainda mais acentuada nas vendas internacionais — a mais forte desde junho. As tarifas impostas pelos Estados Unidos continuaram a pesar sobre o desempenho externo, com empresas mencionando suspensões de pedidos por parte do mercado norte-americano.

A combinação de demanda retraída e ausência de pressões de custos levou à oferta de descontos. Os preços de venda recuaram de forma moderada, mas na maior intensidade desde agosto de 2023. Os custos de insumos também diminuíram pelo segundo mês em mais de dois anos, impulsionados por um câmbio mais favorável e pela menor demanda global por matérias-primas.

Produção e compras continuam a cair

A falta de novos pedidos continuou afetando os volumes de produção, que caíram pelo sétimo mês consecutivo. Embora o ritmo de retração tenha sido moderado, ele acelerou em comparação a outubro. As compras de insumos também recuaram novamente, ainda que com perda de intensidade.

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A tendência de queda dos pedidos pendentes reforçou a capacidade ociosa observada no setor. Em paralelo, os estoques de pré e pós-produção voltaram a crescer, ainda que de forma marginal.

Mercado de trabalho e desempenho dos fornecedores

No emprego, houve sinal discreto de melhora. Após recuo em outubro, o setor voltou a gerar novas vagas, embora apenas 7% das empresas tenham contratado, enquanto 86% mantiveram seus quadros.

O desempenho dos fornecedores apresentou nova deterioração, com prazos de entrega mais longos. Apesar disso, 94% das empresas relataram estabilidade em relação ao mês anterior, indicando que a piora foi limitada.

Confiança empresarial e expectativas para 2026

A confiança empresarial avançou em novembro, sustentada pela expectativa de avanço nas negociações comerciais com os Estados Unidos e pela perspectiva de cortes nas taxas de juros. A aposta em lançamentos de novos produtos também contribuiu para a melhora do sentimento do setor com relação ao próximo ano.

Avaliação da S&P Global

Segundo Pollyanna De Lima, diretora associada de Economia da S&P Global Market Intelligence, as tarifas americanas seguiram prejudicando as vendas internacionais, afetando diretamente a carteira de pedidos e os volumes de produção.

Ela destaca que grande parte dos dados foi coletada antes do anúncio de 20 de novembro, quando os EUA removeram a tarifa de 40% sobre produtos como carne bovina, café, cacau e frutas.

De Lima observa ainda que a queda dos preços de produção — a mais rápida em quase dois anos e meio — e a melhora da confiança podem abrir espaço para que a demanda do setor por juros mais baixos comece a se concretizar no início de 2026.