O Petróleo Brent, o setor de Óleo e Gás e a América Latina iniciaram o fim de 2025 em um contexto marcado por volatilidade e fatores geopolíticos relevantes. Na última semana de dezembro, o preço do Brent registrou alta de 3,7%, alcançando aproximadamente US$ 61,5 por barril, movimento que trouxe impactos diretos para empresas do setor na região.
Segundo análise do relatório do BTG Pactual, o avanço do petróleo foi sustentado principalmente por riscos renovados na oferta global. Entre os fatores destacados estão o aumento da pressão econômica dos Estados Unidos sobre o petróleo venezuelano e ataques aéreos contra militantes do Estado Islâmico na Nigéria, dois eventos que reacenderam preocupações quanto à estabilidade do fornecimento internacional.
Apesar da valorização, o relatório aponta que os ganhos do Brent foram parcialmente limitados. As discussões de paz entre Rússia e Ucrânia e as expectativas de um possível superávit global de petróleo em 2026 atuaram como forças de contenção, equilibrando o otimismo com cautela no mercado internacional.
Desempenho das empresas de Óleo e Gás
No segmento de upstream, empresas latino-americanas acompanharam o movimento do petróleo brent. A PRIO (PRIO3) apresentou valorização semanal de 4,2%, refletindo diretamente a alta da commodity. Já a Petrobras (PETR3; PETR4) teve desempenho mais moderado, com avanço de aproximadamente 0,5% na semana.
De acordo com o analista Gustavo Cunha, do BTG Pactual, “A Petrobras avançou cerca de 0,5% à medida que os investidores assimilaram a suspensão da greve, após os sindicatos aceitarem a proposta revisada de acordo trabalhista da companhia, reduzindo os riscos operacionais de curto prazo”. A leitura do mercado foi positiva, uma vez que a suspensão da greve reduziu riscos imediatos à operação da companhia.
Esses movimentos mostram como fatores internos, como negociações trabalhistas, podem ser tão relevantes quanto o cenário internacional para o desempenho das empresas de óleo e gás na América Latina, especialmente em companhias de grande porte e forte presença estatal.
Downstream, dados de vendas e atenção ao Brasil
No segmento de downstream, o relatório aponta desempenho positivo de empresas como Vibra e Ultrapar, que avançaram 1,7% e 2,8%, respectivamente. O movimento foi impulsionado pela reação favorável do mercado aos dados resilientes de vendas de combustíveis divulgados pela ANP, indicando manutenção de margens e ganho de participação de mercado por empresas incumbentes.
O relatório também sinaliza temas que devem concentrar a atenção do mercado nas semanas seguintes. Segundo Gustavo Cunha, “Nesta semana, os mercados devem acompanhar possíveis avanços nas negociações entre Rússia e Ucrânia, bem como eventuais desdobramentos sobre o bloqueio dos Estados Unidos aos navios-tanque de petróleo venezuelano”. Esses desdobramentos podem influenciar diretamente o preço do Brent e o humor dos investidores.
No Brasil, o destaque fica para o segmento de distribuição de gás. O Ministério de Minas e Energia demonstrou preocupação com o aumento das tarifas, o que pode trazer impactos relevantes para consumidores, empresas do setor e para a dinâmica do mercado energético nacional.






