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PCE: Inflação dos EUA sobe 0,1% em abril, em linha com o esperado

PCE: Inflação dos EUA sobe 0,1% em abril, em linha com o esperado

O índice de preços (PCE) dos Estados Unidos (EUA) registrou alta de 0,1% em abril, segundo dados divulgados nesta sexta-feira (30) pelo Escritório de Análise Econômica dos EUA (BEA).

Na comparação anual, o PCE geral avançou 2,1%, permanecendo acima da meta de 2% estabelecida pelo Federal Reserve (Fed). O resultado veio abaixo das expectativas do mercado, que projetava estabilidade nos preços no mês e alta anual de 2,2%.

O núcleo do PCE — que desconsidera itens voláteis como alimentos e energia — também subiu 0,1% em abril, em linha com as projeções. Na base anual, a alta foi de 2,8%, correspondendo às estimativas de analistas.

O desempenho de abril sucede uma leitura estável em março, quando o índice geral ficou inalterado no mês e subiu 2,3% em 12 meses. O núcleo, na ocasião, teve variação mensal nula e alta anual de 2,6%.

PCE: Fed atento à inflação nos EUA

O índice PCE é o principal termômetro de inflação utilizado pelo Federal Reserve (Fed), sendo importante para avaliar o rumo dos preços e orientar as decisões sobre política monetária.

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Segundo a ata da última reunião da autoridade monetária, o banco central alertou que o país pode enfrentar “escolhas difíceis” nos próximos meses, especialmente se a inflação acelerar ao mesmo tempo em que as previsões para o crescimento econômico e o mercado de trabalho se deteriorarem.

Nesse cenário, o Fed se depara com um impasse: adotar uma postura mais rígida, elevando juros para conter a inflação, ou optar por uma abordagem mais branda, reduzindo os juros para impulsionar a atividade econômica e preservar os empregos.

Tá, e aí?Stephan Kautz

Para Stephan Kautz, economista-chefe da EQI Asset, os dados mais recentes sobre a inflação nos Estados Unidos vieram dentro do esperado. Kautz destacou que houve uma surpresa positiva nos dados.

“A parte de serviços, desconsiderando o setor imobiliário, registrou uma pequena deflação de 0,02% no mês, o que é uma boa notícia.” No entanto, ele fez uma ressalva importante: os números referem-se ao mês de abril e ainda não capturam os efeitos das tarifas adicionais impostas pelo governo dos Estados Unidos naquele período.

“Esses impactos tarifários devem começar a aparecer apenas nos dados de junho e julho”, explicou o economista, lembrando que o repasse de preços pelas empresas costuma ser gradual, por conta de fatores como estoques e contratos previamente firmados. Ele também observou que, até o momento, “não houve impacto significativo das tarifas, nem no CPI nem no PCE, o que mostra que a inflação já vinha bastante controlada antes desse novo cenário de incerteza”.

Por fim, Kautz avaliou que, apesar do cenário anteriormente favorável à continuidade dos cortes de juros por parte do Federal Reserve, o aumento da incerteza levou o banco central a adotar uma postura mais cautelosa. “O Fed tem sinalizado que vai agir com paciência e provavelmente só tomará uma decisão sobre os juros na reunião de setembro”, concluiu.