Na França, o presidente Emmanuel Macron, dissolveu o parlamento francês, no domingo (9), e convocou eleições legislativas antecipadas. O anúncio ocorreu após derrota de seu partido nas eleições do Parlamento Europeu para o partido de Marine Le Pen, política de extrema direita.
O partido de direita Reunião Nacional (RN), de Le Pen, obteve cerca de 31% dos votos, enquanto o Partido Renascença (REM) de Macron obteve menos que a metade, 14,6%.
Macron disse que a ascensão de nacionalistas é um perigo para a Europa. “O resultado das eleições da União Europeia não é bom resultado para o meu governo”, afirmou o presidente.
A nova votação acontecerá em dois turnos, em 30 de junho (1º turno) e 7 de julho (2º turno).
A decisão de Macron, de convocar eleições nacionais antecipadas é um movimento de alto risco e uma grande aposta política, dizem analistas.
“Embora muita coisa possa acontecer nas próximas semanas, as informações disponíveis sugerem que Macron convocou uma eleição que ele pode perder”, disse Antonio Barroso, vice-diretor de Pesquisa da consultoria Teneo, em nota divulgada pela CNBC. Para ele, Macron estava “provavelmente tentando tirar o melhor proveito de uma situação política ruim”.
Barroso acredita que Macron provavelmente “tentará usar o choque da grande vitória do RN” nas eleições para mobilizar o eleitorado centrista e limitar a probabilidade de Le Pen se tornar primeira-ministra.
Qual a relevância do Parlamento Europeu?
O Parlamento Europeu, responsável por decidir a legislação da União Europeia (EU), é a única instituição eleita dentro do bloco. É composto por deputados do parlamento europeu, que são eleitos por cada Estado-Membro e se reúnem para formar grupos partidários europeus.
O Parlamento também define e controla o orçamento da UE e elege o presidente da Comissão Europeia, um dos cargos-chave dentro do grupo.
O novo Parlamento tem 720 assentos, com os estados mais populosos responsáveis por eleger o maior número de eurodeputados. A Alemanha ocupa o primeiro lugar, com 96, enquanto Chipre, Luxemburgo e Malta têm seis.
O Partido Popular Europeu (PPE), de centro-direita, voltou a conquistar o maior número de assentos. Mas houve forte avanço da extrema-direita.
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