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O que esperar do PIB 2024?

O que esperar do PIB 2024?

O Produto Interno Bruto – PIB 2024 do Brasil apresentou um forte desempenho ao longo do ano, mas caminha para uma desaceleração no quarto trimestre. De acordo com levantamento do jornal Valor, a expectativa mediana de 72 instituições financeiras e consultorias aponta para um crescimento de 0,4% no último trimestre, abaixo da alta de 0,9% registrada no terceiro trimestre. Se confirmado, esse resultado será o menor desde o quarto trimestre de 2023, quando o PIB avançou apenas 0,2%. O dado do PIB 2024 vai ser divulgado nesta sexta-feira (7) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

A economia brasileira mostrou resiliência ao longo do ano, sustentada por um primeiro semestre aquecido e um terceiro trimestre que superou as expectativas. No entanto, a tendência de desaceleração já era esperada, uma vez que o crescimento vinha sendo impulsionado por fatores transitórios, como estímulos fiscais e expansão do crédito. A nova política monetária mais restritiva, adotada no segundo semestre, também contribuiu para a moderação do ritmo econômico.

O desempenho ao longo do ano

O primeiro semestre de 2024 foi marcado por um crescimento expressivo, com os primeiros trimestres registrando altas superiores a 1%. Esse crescimento foi impulsionado por um ambiente de crédito favorável, recuperação do mercado de trabalho e manutenção da demanda interna. Além disso, políticas de estímulo ao consumo e um cenário global ainda positivo favoreceram o desempenho da economia brasileira.

No terceiro trimestre, o PIB surpreendeu positivamente, demonstrando que a economia ainda tinha fôlego para crescer, mesmo diante dos desafios fiscais e monetários. No entanto, essa aceleração não se manteve no último trimestre do ano. Com a retomada da política monetária mais rígida, houve um impacto no consumo e no investimento, reduzindo o ritmo da atividade econômica. Apesar dessa desaceleração, a economia brasileira ainda deve fechar o ano com um crescimento robusto, consolidando um período de forte recuperação pós-pandemia.

Expectativa para o crescimento anual

Para o fechamento do ano, a mediana das projeções aponta para um crescimento de 3,5%, um desempenho superior ao dos anos anteriores. Em 2023, o PIB cresceu 3,2%, enquanto em 2022 a expansão foi de 3%. Esse crescimento acima do esperado reflete a resiliência da economia brasileira e a influência de fatores como a expansão do setor de serviços e a recuperação do consumo interno.

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O desempenho de 2024 foi mais equilibrado em comparação com o ano anterior, quando o crescimento foi fortemente impulsionado pela safra recorde da agropecuária. Neste ano, o crescimento foi mais distribuído entre os setores da economia, refletindo o impacto da política monetária mais branda no primeiro semestre e a recuperação da confiança do consumidor. No entanto, no segundo semestre, o Banco Central voltou a adotar medidas mais restritivas, impactando a atividade econômica e limitando o crescimento futuro.

Para os economistas consultados pelo Valor, a expectativa para 2025 é de um crescimento mais modesto, com uma desaceleração significativa no ritmo da atividade econômica. O impacto da política monetária restritiva deve se intensificar no próximo ano, reduzindo ainda mais o dinamismo da economia e levando a um crescimento mais contido.

Setores em destaque

Pelo lado da oferta, o setor de serviços se destacou em 2024, sustentando grande parte do crescimento econômico do país. Com uma alta estimada de 3,8% no ano, o setor foi beneficiado pela recuperação da demanda interna, pelo crescimento do turismo e pelo aumento do consumo das famílias. Atividades como transporte, tecnologia da informação e serviços administrativos tiveram desempenhos positivos ao longo do ano.

A indústria também teve um desempenho satisfatório, com crescimento estimado em 3,3%, superior ao registrado nos anos anteriores. O setor se beneficiou da retomada dos investimentos, da melhora na infraestrutura e da recuperação do mercado de trabalho. No entanto, a desaceleração econômica no último trimestre e o aperto monetário podem limitar o crescimento da indústria nos próximos meses.

Em contrapartida, a agropecuária apresentou um desempenho negativo para o PIB 2024, com retração de 2,5% no ano. Esse resultado reflete uma acomodação após o crescimento recorde de 16,3% registrado em 2023. A queda na produção agrícola impactou o desempenho do PIB, mas a expectativa para 2025 é de recuperação, com uma safra recorde impulsionando o setor novamente.

Perspectivas para 2025

As projeções para 2025 indicam uma desaceleração do PIB para 1,9%, com as expectativas variando entre 1% e 2,9%. No primeiro trimestre, ainda há previsão de crescimento robusto, impulsionado pela safra agrícola, mas a atividade econômica pode sofrer os efeitos do aperto monetário no segundo semestre. A possibilidade de uma recessão técnica não está descartada, especialmente se houver dois trimestres consecutivos de queda do PIB.

Além do impacto da política monetária, fatores externos também podem influenciar o desempenho da economia em 2025. A desaceleração global, a volatilidade dos mercados financeiros e a incerteza política podem trazer desafios adicionais para o crescimento econômico brasileiro. No entanto, medidas governamentais, como a liberação de recursos do FGTS e a criação do crédito consignado privado, podem atenuar os impactos negativos e estimular o consumo.

Economistas ouvidos pelo Valor estimam que a liberação de R$ 12 bilhões do FGTS pode adicionar até 0,2 ponto percentual ao PIB entre o primeiro e o segundo trimestre de 2025. Já o crédito consignado privado, embora mais difícil de mensurar, também deve ter um impacto positivo na economia, ao reduzir o custo do crédito e aumentar a capacidade de consumo das famílias.

Apesar do desempenho sólido do PIB 2024, a economia brasileira deve enfrentar desafios neste ano. O impacto da política monetária mais restritiva e o cenário externo ainda incerto podem limitar o ritmo de crescimento. O mercado de trabalho, embora resiliente, pode sentir os efeitos da desaceleração econômica, impactando a renda e o consumo das famílias.

Por outro lado, a recuperação da agropecuária e as medidas de estímulo ao consumo podem contribuir para um crescimento moderado em 2025. O governo deve continuar adotando políticas para incentivar a atividade econômica, mas o espaço fiscal para novos estímulos é limitado. Dessa forma, o crescimento econômico dependerá do equilíbrio entre a política monetária, a recuperação do setor produtivo e a confiança do mercado.

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