O que acontece com Trump caso ele seja eleito novamente presidente dos Estados Unidos no ano que vem? Essa é uma pergunta ainda sem resposta, pois o caso dele é considerado inédito na história do país: é a primeira vez que um ex-presidente se torna oficialmente réu em processos jurídicos.
Donald Trump, pré-candidato à presidência pelo Partido Republicano, foi acusado pela justiça de Nova York a pelo menos 34 crimes, um deles envolvendo as eleições de 2016, na qual havia sido eleito presidente. Após perder as eleições de 2020, e não conseguir se reeleger, Trump voltou à sua atividade de empresário, mas já havia avisado que tentaria voltar para a Casa Branca.
E não ficou na promessa. Antes de virar réu e ser julgado, o republicano já havia confirmado que disputaria as prévias de seu partido para a escolha do candidato da legenda para concorrer contra o democrata Joe Biden no ano que vem.
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O que acontece com Trump? Veja quais são as acusações
A verdade é que a audiência na qual o ex-ocupante da Casa Branca responde a processos pode durar meses. E ainda por cima não o impede de concorrer ao cargo mais importante do mundo. O próprio Trump já disse que “essa é uma situação inimaginável na América”.
Em uma das acusações dá conta de que o ex-presidente teria feito falsificações de registros comerciais em estabelecimentos nova-iorquinos na época do pleito de 2016. Os valores teriam sido pagos para abafar casos que pudessem vir à tona e prejudicar sua corrida à Casa Branca, na época.
Trump foi acusado de ter mandado pagar US$ 130 mil a duas atrizes pornô para evitar que seu envolvimento com ela pudesse manchar sua imagem junto ao eleitorado do país. Além disso, suspeita-se que os recursos repassados a ela poderiam não ter sido declarados junto ao fundo eleitoral.
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Além disso, os promotores também disseram que uma editora amiga de Trump, a American Media Inc., teria pago a quantia de US$ 30.000 a um ex-porteiro da Trump Tower que alegou ter uma história sobre um suposto filho fora do casamento do então candidato.
O pagamento teria sido feito ao então advogado de Trump, Michael Cohen, sob forma de reembolso. Daí podem ter saído os recursos não declarados junto ao fundo eleitoral, uma vez que a ordem para o pagamento às atrizes teria sido dada a ele. Segundo a acusação, Cohen teria recebido um total de 11 cheques que totalizariam os US$ 130 mil.
O problema é que nove dos cheques assinados pelo agora réu teria sido registrado como “pagamento por serviços jurídicos”, quando na verdade se tratava de um reembolso, já que não havia contrato algum prevendo esse valor pago. Esse suborno na verdade, seria enquadrado apenas como contravenção. Mas virou crime porque ele foi utilizado para acobertar outros supostos crimes, segundo explicou o procurador distrital de Manhattan, Alvin Bragg, como essa entrada contábil considerada falsa.
Primeiro ex-presidente da história dos EUA a virar réu
A acusação, em um documento de 16 páginas, foi aberta na terça-feira (3), quando ele se tornou o primeiro ex-presidente dos EUA a ser indiciado por acusações criminais. Quando da abertura do processo, Trump se declarou “inocente” e se diz vítima de uma espécie de “esquema” para retirá-lo da disputa eleitoral de 2024.
Em comunicado, porém, o promotor do caso usou um tom duro contra o ex-presidente. “Manhattan abriga o mercado empresarial mais importante do país. Não podemos permitir que empresas de Nova York manipulem seus registros para encobrir conduta criminosa”, disse Bragg, de acordo com o CNBC.
De toda forma, caso a candidatura Trump avance, será um episódio inédito na longa história republicana do país, cuja tradição de escolher o presidente vem desde 1776, sem interrupções.
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