A nomeação do historiador João Fukunaga como novo presidente da Previ acendeu uma luz de alerta no mercado de capitais diante da pequena experiência do escolhido no setor de fundos de pensão e no mercado financeiro.
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A Previ é o fundo de pensão e aposentadoria complementar dos funcionários do Banco do Brasil, e se tornou um dos maiores investidores do mercado financeiro braisliero nos últimos 30 anos, especialmente após o início do processo de privatizações de estatais.
Hoje, a Previ é o maior fundo de aposentadoria fechado, com ativos avaliados em cerca de R$ 200 bilhões, e é apontada como referência para as outras entidades do setor. Desse valor, cerca de R$ 130 bilhões estão aportados em investimentos de Renda Fixa, enquanto o restante está em participações acionárias em várias empresas, como a Vale (VALE3), Neoenergia (NEOE3), Petrobras (PETR4), Ambev (ABEV3) e o próprio Banco do Brasil (BBAS3).
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Fukunaga, por sua vez, é funcionário concursado do Banco do Brasil desde 2008 e tem atuação recente como sindicalista. É apontado como uma pessoa com boa capacidade de negociação e em coordenar situações críticas, mas a falta de experiência direta na área tornou seu nome alvo de duras críticas.
Analistas de mercado temem que, mesmo que a Previ tenha mecanismos seguros de governança, o risco de ingerência política sobre o presidente não só afete decisões do fundo como abra caminho para gestões sobre outros fundos com estruturas mais frágeis.
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Novo presidente da Previ: histórico
Fukunaga será o primeiro presidente do fundo a ser associado ao plano Previ Futuro, de contribuição variável, ainda em fase de acumulação. Formado em História e com mestrado na área, o novo presidente da Previ foi professor do ensino médio até entrar no Banco do Brasil, em 2008. Desde 2012 ocupa cargo de direção no Sindicato dos Bancários de São Paulo, além de atuar como auditor sindical, cedido pelo banco à entidade dos funcionários.
Seu nome foi rapidamente aprovado pela Superintendência Nacional de Previdência Complementar (Previc), velocidade que também gerou críticas. Um grupo de aposentados da Previ questionou sua falta de experiência em gestão de agências. Outro dirigentes, em declarações em off, foram por caminhos semelhantes, alegando que mesmo dentro do PT haveria quadros mais qualificados.
O último sindicalista a ocupar a presidência da Previ foi Sergio Rosa, justamente nos dois mandatos anteriores do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), entre 2003 e 2010. Ele defendeu a indicação e disse ao jornal Valor Econômico que a gestão da Previ vai além de conhecimentos técnicos e “envolve capacidades de liderança, formulação de políticas de longo prazo” e que a entidade tem “um corpo técnico com o qual é possível dialogar”.
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