O magnata Elon Musk voltou a se envolver em uma polêmica política ao declarar apoio a uma campanha que pede o perdão de Derek Chauvin, ex-policial condenado pelo assassinato de George Floyd em 2020. A iniciativa, conduzida pelo comentarista conservador Ben Shapiro, visa pressionar o ex-presidente Donald Trump a conceder um indulto presidencial a Chauvin.
O caso reacende debates sobre justiça, abuso policial e influência política no sistema judiciário dos EUA. Para muitos, a tentativa de reverter a condenação de Chauvin representa um retrocesso nos avanços conquistados pelo movimento Black Lives Matter, enquanto para setores conservadores, trata-se de corrigir uma suposta injustiça.
Musk amplifica campanha conservadora
Por meio de sua rede social X, Musk compartilhou uma postagem de Shapiro sobre o pedido de perdão, acompanhada da mensagem: “Algo a se pensar”. Com seus 219 milhões de seguidores, o bilionário ampliou significativamente o alcance da campanha, gerando grande repercussão e dividindo opiniões.
A influência de Musk na opinião pública é notável, e suas declarações frequentemente moldam debates políticos e culturais. Seu apoio a causas conservadoras tem se intensificado nos últimos anos, especialmente em questões relacionadas à liberdade de expressão e à crítica às políticas progressistas. Ao dar visibilidade à campanha de Shapiro, Musk mais uma vez se coloca no centro de um debate polarizado.
Críticos apontam que, ao endossar a iniciativa, Musk ignora evidências jurídicas que comprovaram a culpa de Chauvin. Por outro lado, apoiadores do indulto afirmam que o julgamento do ex-policial foi influenciado pelo clima de tensão social e pressão midiática, levantando questionamentos sobre a imparcialidade da justiça.
Família de George Floyd e autoridades reagem à Musk
A declaração de Musk provocou imediata reação. Terrence Floyd, irmão de George Floyd, repudiou a campanha e criticou diretamente o apoio do empresário. Em entrevista à CNN, ele afirmou: “Fatos são fatos. O fato é que Chauvin manteve o joelho no pescoço do meu irmão até seu último suspiro. O que ele fez foi assassinato e nada justifica um perdão.”
A família de Floyd tem sido ativa na luta por justiça e na defesa de reformas policiais desde 2020. Para eles, a possibilidade de perdoar Chauvin representa uma tentativa de reescrever a história e desconsiderar o sofrimento das vítimas da violência policial.
O procurador-geral de Minnesota, Keith Ellison, também condenou a iniciativa, alertando que um possível perdão de Chauvin poderia comprometer avanços na reforma policial nos EUA. “Isso enfraqueceria ainda mais a confiança da população nas forças de segurança. Para policiais que tentam fazer o trabalho certo, seria um verdadeiro tapa na cara”, declarou.
Chauvin e o caso George Floyd
Derek Chauvin foi condenado a 22 anos e meio de prisão por homicídio e violação dos direitos civis de George Floyd. Durante o julgamento, a promotoria argumentou que sua ação foi a causa direta da morte de Floyd, ignorando os repetidos pedidos de socorro da vítima.
O caso gerou protestos globais e foi um marco na luta contra a brutalidade policial nos EUA. Milhões de pessoas saíram às ruas para exigir justiça, pressionando o sistema político a adotar medidas de responsabilização para policiais envolvidos em mortes injustificadas.
Mesmo após a confirmação da sentença por tribunais superiores, setores da direita americana sustentam que o julgamento foi influenciado por pressões externas e que Chauvin foi injustiçado. Eles argumentam que o caso se tornou um símbolo político, dificultando um julgamento imparcial.
Alinhamento político de Musk
O apoio de Musk à campanha de perdão para Chauvin reforça sua crescente proximidade com figuras ultraconservadoras nos Estados Unidos. Nos últimos tempos, o bilionário tem se posicionado contra pautas progressistas e defendido revisões de casos de violência policial.
Esse alinhamento tem sido visível em outras ocasiões. Musk criticou fortemente a imprensa tradicional, acusando-a de parcialidade e de favorecer narrativas progressistas. Ele também tem usado sua influência para questionar a legitimidade de políticas de diversidade e inclusão, o que lhe rendeu tanto apoio quanto críticas.
Trump, que já concedeu indultos controversos a policiais envolvidos na morte de jovens negros, ainda não se pronunciou sobre a campanha apoiada por Musk e Shapiro. Caso Trump decida atender ao pedido, o perdão presidencial só teria efeito sobre a condenação federal de Chauvin, sem impacto sobre sua pena de homicídio no estado de Minnesota.
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