O economista-chefe do banco BTG Pactual ($BPAC11), Mansueto Almeida, projetou um ciclo favorável de crescimento para o Brasil nos próximos anos desde que o país “não faça bobagens”, ou seja, mantenha o ritmo de reformas econômicas e o controle o déficit fiscal.
Durante participação em congresso nesta semana, o economista destacou as reformas recentes por que o país passou, como a última reforma da Previdência, a autonomia do Banco Central, flexibilizações na legislação trabalhista, além da mudança no modelo de concessões de infraestrutura e nos marcos regulatórios e da criação de um teto de gastos, hoje substituído pelo novo arcabouço fiscal que entra em vigor em 2024.
Segundo ele, essas reformas provocaram “um avanço do mercado financeiro, um desenvolvimento do mercado de capitais”, e deixaram o país blindado para ações de governos ruins e sem compromisso com crescimento ou responsabilidade fiscal.
“Nós vamos ter que adotar as medidas certas e aprovar mais reformas. No entanto, as que já foram feitas nos últimos anos obtiveram o reconhecimento das agências de risco. Se nós não fizermos bobagem, acredito que teremos chance de ter bons anos de crescimento”, destacou Mansueto.
Ex-secretário de Tesouro no governo de Michel Temer (2016-2018), quando houve a reforma trabalhista e a criação do teto de gastos, Mansueto aponta que o país tem mostrado capacidade de crescimento acima das expectativas, o que contribui para a redução da relação dívida/PIB, justamente por causa das reformas.
A próxima, aponta, é a reforma tributária sobre consumo, já aprovada na Câmara e em discussão no Senado. Mansueto enxerga nos parlamentares uma disposição para reduzir a complexidade do sistema tributário, ainda que a carga tributária não seja reduzida de imediato.
Ele aponta, ainda, a importância de que o governo, além de buscar aumento de arrecadação, trabalhe também pela redução de gastos para manter o déficit fiscal sob controle. “Se fizermos o ajuste necessário, que será árduo, pois o gasto público é muito elevado, a economia se recupera”, concluiu Mansueto Almeida.