O presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva nomeou Fernando Haddad ministro da Fazenda para seu governo, que tomará posse em 1º de janeiro de 2023. O anúncio era o mais esperado entre os nomes divulgados por Lula nesta sexta-feira (9) no Centro Cultural Banco do Brasil, sede das equipes de transição, em Brasília.
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Lula disse que antecipou o anúncio de Haddad para que ele possa montar sua equipe e “mostrar serviço antes mesmo de começar o governo”.
Haddad, paulistano de 59 anos, é bacharel em Direito com mestrado em Economia e doutorado em Filosofia, todos os títulos obtidos pela Universidade de São Paulo (USP).
Ele foi ministro da Educação entre 2005 e 2012, nos dois primeiros governos de Lula e também em parte do primeiro mandato de Dilma Rousseff. Também foi prefeito de São Paulo (2013-2016), derrotado por João Dória (PSDB) na campanha de reeleição.
Em 2018, Haddad foi candidato do PT à Presidência da República, depois que Lula, preso devido a processos da operação Lava-Jato, teve sua candidatura negada. Ficou em segundo lugar, derrotado por Jair Bolsonaro, então no PSL.
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Haddad ministro era decisão esperada há duas semanas
O nome de Haddad para o ministério da Fazenda passou a ser dado como certo pelos analistas políticos e do mercado financeiro depois que ele discursou no almoço da Febraban, em São Paulo, no último dia 25 de novembro, e fez questão de abrir sua fala dizendo que estava no evento como representante de Lula.
Lula confirmou que o Ministério da Economia, hoje ocupado por Paulo Guedes, vai ser desmembrado, com a recriação dos ministérios do Planejamento e da Indústria, Comércio e Serviços, cujas atribuições haviam sido encampadas pela Economia.
Na Fazenda, Haddad ficará responsável principalmente pela gestão da política econômica. Os titulares das pastas do Planejamento e da Indústria, Comércio e Serviços ainda não foram anunciados. Mas Lula, ao ser perguntado, disse que o ministro do Planejamento será alguém “que possa trabalhar em conjunto com o Haddad”.
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Outros ministros anunciados nesta sexta-feira foram os seguintes
- Justiça e Segurança Pública: Flávio Dino, 54 anos, ex-governador do Maranhão (2015-2022). Foi juiz federal e secretário do Conselho Nacional de Justiça (CNJ). .Foi eleito senador em outubro pelo PSB.
- Defesa: José Múcio Monteiro, 74 anos, foi deputado federal por vários mandatos e ministro das Relações Institucionais (2007-2009) no segundo governo de Lula. Foi ministro do Tribunal de Contas da União (2009-2021).
- Casa Civil: Rui Costa de Oliveira, 59 anos, está encerrando seu segundo mandato como governador da Bahia, cargo que ocupa desde 2014. Não se candidatou nas eleições de outubro. Foi secretário da Casa Civil na Bahia entre 2012 e 2014, no governo do petista Jaques Wagner.
- Relações Exteriores: Mauro Vieira, 71 anos, é diplomata de carreira e foi embaixador nos Estados Unidos entre 2010 e 2015, quando assumiu o Itamaraty no início do segundo governo Dilma.
Lula se antecipou às perguntas sobre a presença de mulheres e negros no ministério, dizendo que em breve “haverá muito mais mulheres d que homens aqui”, mas não dei prazo para anunciar o anúncio.
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Fim da transição na terça-feira
Antes do anúncio, o vice-presidente eleito Geraldo Alckmin (PSB) fez um breve balanço do trabalho da equipe de transição, que deve ser encerrado na terça-feira (13). Ele destacou o trabalho “diversificado, técnico e plural” do processo, que foi dividido em 33 equipes.
Segundo ele, o relatório final de cada equipe trará “diagnósticos de cada área, alertas para os primeiros meses do governo, emergências orçamentárias e sugestões de revogações”. “Foi a transição mais democrática da história das transições e não usamos o dinheiro disponibilizado para a transição”, disse Lula.
O economista-chefe da EQI Asset, Stephan F. Kautz, afirmou que os nomes de Haddad e dos demais ministros anunciados já eram esperados pelo mercado, e que agora a espera é pelos nomes que Haddad escolherá para acompanhá-lo no Ministério da Fazenda.
“O importante agora, no curto prazo, é aguardar a aprovação da PEC da Transição na Câmara dos Deputados e ver quais os nomes que devem começar a ser anunciados na semana que vem. A priori, por não ter nenhuma surpresa, o mercado não deve ter uma grande reação”, afirmou Kautz.
Os demais nomes também foram vistos com naturalidade. “São pessoas próximas ao presidente Lula, da confiança dele, que também já vinham sendo veiculados, vamos aguardar agora o andamento das próximas semanas”, concluiu. Ouça o comentário completo abaixo.
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