O JP Morgan reduziu sua projeção para o crescimento do Produto Interno Bruto – PIB dos EUA, citando incertezas na política comercial e o impacto de tarifas sobre a inflação. A revisão consta no relatório “Segure o champanhe”, divulgado no fim desta semana.
Michael Feroli, economista do JP Morgan, afirmou que o banco aguardou maior clareza sobre a política comercial antes de revisar sua previsão econômica, mas concluiu que a incerteza nesse setor está prejudicando a atividade econômica. Segundo ele, essa instabilidade afeta especialmente os gastos de capital das empresas, reduzindo investimentos e freando o crescimento.
Impacto das tarifas sobre inflação e consumo
Outro fator relevante é a imposição de tarifas sobre produtos chineses, além das barreiras a importados canadenses e mexicanos que não se enquadram no acordo de livre comércio USMCA.
Além disso, tributações sobre aço e alumínio devem aumentar a inflação e reduzir o poder de compra dos consumidores. O banco projeta que essas tarifas elevem os preços ao consumidor em 0,2 ponto percentual em 2025, especialmente no segundo trimestre.
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Retaliações internacionais e impacto no emprego
O JP Morgan também aponta que retaliações comerciais de parceiros estrangeiros podem prejudicar as exportações dos EUA, agravando a desaceleração econômica. Como resultado desses fatores, o banco reduziu sua estimativa de crescimento real do PIB para 1,6% em 2025, uma queda de 0,3 ponto percentual em relação à previsão anterior. Também houve uma revisão para baixo na criação de empregos, que deve cair em 25 mil vagas por mês, resultando em um crescimento de pouco mais de 100 mil postos mensais. A taxa de desemprego, segundo o banco, pode atingir 4,4%, 0,2 ponto percentual acima da previsão anterior.
Dilema para o Federal Reserve
Feroli avalia que a combinação de inflação mais alta e crescimento mais fraco do emprego representa um desafio para o Federal Reserve (Fed). O JP Morgan mantém sua previsão de dois cortes nos juros, mas reconhece que o mercado espera cortes adicionais.
O banco também ressaltou que há incertezas sobre os rumos da política comercial após o próximo prazo de 2 de abril, o que pode levar a novas revisões nas projeções econômicas.
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