O IPP (Índice de Preços ao Produtor), considerado a inflação da indústria, teve queda de 1,29% em dezembro e fechou o ano de 2022 com alta de 3,13%, o terceiro menor índice acumulado da série histórica iniciada em 2014. Os dados do IPP de dezembro foram divulgados nesta quarta-feira (1º) pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
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É o quinto mês consecutivo de deflação no índice, como se vê no gráfico acima, depois de uma forte pressão inflacionária que deixou o índice em 28,45% em 2021. “Esse resultado consolida a trajetória deflacionária da indústria iniciada no segundo semestre, que pode ser associada, em grande medida, aos preços em baixa das commodities no mercado internacional”, explica Felipe Câmara, gerente do IPP.
Ele cita o petróleo, o minério de ferro e os insumos fertilizantes como alguns dos produtos de maior queda.
“A redução do preço do óleo bruto, acompanhando os preços internacionais, além de exercer impacto direto sobre o resultado das indústrias extrativas, naturalmente provoca uma redução de custos ao longo da sua cadeia derivada, como o refino e os outros produtos químicos, com reflexo no preço final praticado nesses setores”, completou o analista.
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IPP de dezembro teve queda na maioria das atividades
Em dezembro, 15 das 24 atividades industriais pesquisadas apresentaram variações negativas de preço ante novembro, seguindo o sinal da variação na indústria geral. Os destaques foram:
- indústrias extrativas: -7,21%
- refino de petróleo e biocombustíveis: -5,46%
- madeira: -2,96
- outros produtos químicos: -2,79%
Em termos de influência, as atividades que mais sobressaíram foram:
- refino de petróleo e biocombustíveis: -0,68 p.p.
- indústrias extrativas: -0,33 p.p.
- outros produtos químicos: -0,25 p.p.
- metalurgia: -0,08 p.p.
No sentido contrário, a fabricação de sabões, detergentes, produtos de limpeza e artigos de perfumaria teve a maior alta absoluta, de 1,92%, enquanto a fabricação de produtos alimentícios subiu 0,29%, causando o maior impacto no índice, de 0,07 p.p.
“Produtos com influência grande no resultado do setor, como carne bovina e leite, mantiveram a dinâmica de meses anteriores, com os preços em viés de baixa em face da maior oferta nesta época do ano. A influência superada por aumentos como o do açúcar cristal, provocado por uma expansão lenta da oferta nacional, ou do farelo de soja, que acompanhou a alta corrente do mercado internacional”, explicou Felipe Câmara, do IBGE.
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Acumulado do ano: papel e celulose têm maior alta absoluta
As atividades que tiveram as maiores variações no acumulado no ano de acordo com o IPP de dezembro foram:
- papel e celulose: 19,45%
- impressão: 19,17%
- perfumaria, sabões e produtos de limpeza: 16,99%
- fabricação de máquinas e equipamentos: 15,71%
- fabricação de bebidas: 15,57%
Já as principais influências no acumulado da indústria geral vieram dos seguintes setores:
- refino de petróleo e biocombustíveis: 1,23 p.p.
- alimentos: 1,20 p.p.
- metalurgia: -0,87 p.p.
- outros produtos químicos: -1,21 p.p.
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Entenda o que é o IPP
O IPP mede a variação dos preços de produtos na “porta da fábrica”, ou seja, sem impostos e frete, de 24 atividades das indústrias extrativas e de transformação, com o objetivo de mensurar a mudança média dos preços de venda recebidos pelos produtores domésticos de bens e serviços, bem como sua evolução ao longo do tempo, sinalizando as tendências inflacionárias do país.
O IBGE faz a pesquisa em pouco mais de 2.100 empresas, medindo os preços recebidos pelo produtor, isentos de impostos, tarifas e fretes, e definidos segundo as práticas comerciais mais usuais. Coletam-se cerca de 6.000 preços mensalmente. Adotando a Classificação Nacional de Atividades Econômicas – CNAE 2.0.
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