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IPCA sobe 0,41%: “Resultado bom, mas não enche os olhos”, aponta Stephan Kautz

IPCA sobe 0,41%: “Resultado bom, mas não enche os olhos”, aponta Stephan Kautz

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), indicador oficial de inflação do país, calculado pelo IBGE, teve alta de 0,41% em novembro de 2022, ante expectativa de 0,54%.

A leitura representa uma desaceleração em relação a outubro, quando a inflação foi de 0,59%. Vale lembrar que, em outubro, houve uma interrupção de uma sequência de três meses seguidos de deflação, ou seja, de índices negativos para o IPCA. 

Com o resultado, a inflação acumulada no ano chega a 5,13% e, nos últimos 12 meses, a 5,90% – abaixo dos 6,47% dos 12 meses imediatamente anteriores.

Comparativamente, em novembro de 2021, a taxa havia sido de 0,95%.

gráfico IPCA novembro de 2022
Fonte: IBGE

IPCA de novembro: Transportes e Alimentação impactam resultado

Dos nove grupos de produtos e serviços pesquisados, sete tiveram alta em novembro.

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Os grupos Transportes (0,83% e 0,17 p.p.) e Alimentação e bebidas (0,53% e 0,12 p.p.) foram os que impactaram de forma mais expressiva o índice do mês. Juntos, os dois contribuíram com cerca de 71% do IPCA de novembro.

A alta do grupo Transportes foi provocada, principalmente, pelo aumento dos combustíveis (3,29%), que em outubro haviam recuado 1,27%.

Os preços do etanol (7,57%), da gasolina (2,99%) e do óleo diesel (0,11%) subiram em novembro.

A exceção foi o gás veicular, com queda de 1,77%. A gasolina, em particular, exerceu o maior impacto individual no índice do mês, com 0,14 p.p.

“A alta da gasolina está ligada ao aumento do preço do etanol. Isso ocorreu por conta de um período de entressafra da produção de cana de açúcar. A gasolina leva álcool anidro em sua composição”, explica o gerente da pesquisa, Pedro Kislanov.

Gráfico com Gasolina: variação por região. Fonte: IBGE
Gasolina: variação por região. Fonte: IBGE

Já em Alimentação e bebidas, os maiores responsáveis pela alta de 0,53% foram os alimentos para consumo no domicílio (0,58%). As maiores variações vieram da cebola (23,02%) e do tomate (15,71%), cujos preços já haviam subido em outubro (9,31% e 17,63%, respectivamente). Houve alta também nos preços das frutas (2,91%) e do arroz (1,46%).

Já a maior variação veio de Vestuário (1,10%), ficando acima de 1% pelo quarto mês consecutivo.

O grupo Saúde e cuidados pessoais (0,02%) ficou próximo da estabilidade, mostrando uma desaceleração em relação a outubro (1,16%). Habitação (0,51%), por sua vez, ficou acima do observado no mês anterior (0,34%).

gráfico com IPCA por região
IPCA por região. Fonte: IBGE
Tá, e aí?Stephan Kautz, economista-chefe da EQI Asset

Para Stephan Kautz, o resultado do IPCA foi positivo, mas a Black Friday, com descontos temporários, impactou na leitura de novembro.

“O resultado foi bastante bom, porém vale a pena notar que houve um impacto forte de bens duráveis, o que está muito relacionado à Black Friday”, explica.

“No dado de dezembro, deve ter um reajuste forte para cima na parte de bens duráveis”, ele salienta.

Em resumo, diz, o resultado é bom, mas “não enche os olhos”. “Este IPCA não dá muita segurança para o Banco Central de achar que a inflação está muito diferente do que estava nos últimos dois meses. É uma inflação que vem desacelerando, sim, especialmente em serviços, mas não é uma desaceleração rápida”, conclui.

Ouça o áudio na íntegra:

O que é o IPCA?

IPCA é a sigla para Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo. Ou seja, trata-se de um dado gerado pelo IBGE que serve para medir a inflação de um conjunto de produtos e serviços comercializados no varejo. A escolha desses itens tem como objetivo oferecer o “raio-X do consumo” a partir da coleta de informações junto a 90% das famílias pertencentes às áreas urbanas de cobertura da pesquisa.

Perceba, o IPCA não objetiva identificar o aumento de todos os preços, mas fazer um recorte a partir da população-objetivo, que abrange as famílias com rendimentos de 1 a 40 salários-mínimos. Desse modo, o IPCA se torna uma fotografia muito capaz de demonstrar a realidade econômica encarada pelas pessoas no dia a dia. E, por isso, influencia as decisões de todos os agentes econômicos do país, começando pelo governo.