O IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo), considerado o índice oficial de inflação do Brasil, teve alta de 0,59% em outubro, interrompendo uma sequência de três meses seguidos de deflação, ou seja, de índices negativos. Com o resultado, a inflação acumulada no ano chega a 4,70%. Já nos últimos 12 meses, o índice em 6,47%.
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A pesquisa foi divulgada nesta quinta-feira (10) pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). A maior alta foi registrada no grupo Vestuário, com 1,22%, mas a maior influência no índice geral veio de Alimentação e Bebidas, com crescimento de 0,72% e impacto de 0,16 ponto percentual (p.p.) no índice geral.
Na sequência das maiores influências estão os grupos de Saúde e cuidados pessoais (1,16% e 0,15 p.p.) e Transportes (0,58% e 0,12 p.p.)
“Há um claro contraste, porque alimentação e transportes, os dois grupos de maior peso, tiveram variação negativa em setembro e altas em outubro”, comentou o gerente da pesquisa, Pedro Kislanov. Entre os nove grupos de produtos e serviços pesquisados, oito tiveram alta no mês. Apenas Comunicação teve queda, de 0,48%.
Já entre os itens e subitens, os maiores impactos individuais no índice geral foram passagem aérea, que colaborou com 0,16 p.p., higiene pessoal (0,09 p.p.) e plano de saúde (0,05 p.p.).
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Alimentação em domicílio sobe mais que na rua
A alta nos alimentos foi puxada pela alimentação no domicílio (0,80%), com batata-inglesa (23,36%) e tomate (17,63%) contribuindo, juntas, com 0,07 p.p do resultado total do mês. O grupo também registrou aumentos na cebola (9,31%) e nas frutas (3,56%). Entre as quedas, destaque para o leite longa vida (-6,32%), que já havia recuado 13,71% em setembro, e o óleo de soja (-2,85%), que marcou a quinta queda consecutiva.
Na alimentação fora do domicílio, que cresceu 0,49%, o lanche desacelerou e saiu de 0,74% em setembro para 0,30% em outubro, enquanto a refeição seguiu caminho inverso, de 0,34% em setembro para 0,61% em outubro.
Já em Transportes, cujo índice passou de queda de 1,98% em setembro para alta de 0,58% em outubro, Kislanov aponta dois fatores preponderantes. “Além do aumento da passagem aérea, de 27,38%, também foi importante o recuo no preço dos combustíveis, de 1,27%, menos intenso do que no mês anterior, quando a queda foi de 8,50%”, ressalta.
Entre os combustíveis, a gasolina (-1,56%), o óleo diesel (-2,19%) e o gás veicular (-1,21%) seguem trajetória de queda, mas o etanol registrou alta de 1,34%.
Também houve recuo nos preços dos transportes por aplicativo (-3,13%), que haviam subido 6,14% em setembro. O subitem ônibus urbano seguiu em queda, de 0,23%, refletindo a redução de preços das passagens aos domingos em Salvador (-2,99%), válida desde 11 de setembro.
No grupo Vestuário, a influência em outubro foi da alta nos preços das roupas masculinas (1,70%) e das roupas femininas (1,19%). “Esse aumento tem acontecido desde a retomada do isolamento”, explica Kislanov, ressaltando que, nos últimos 12 meses, a variação acumulada do setor foi de 18,48%, a maior entre os nove grupos que compõem o IPCA.
Inflação tem alta uniforme nas regiões do Brasil
Na análise por região, todas as áreas tiveram alta em outubro, com Recife (0,95%) marcando a maior variação por conta das altas da energia elétrica (9,66%) e das passagens aéreas (47,37%).
Por outro lado, o menor índice foi registrado em Curitiba (0,20%), influenciado pelos recuos nos preços da energia elétrica (-9,88%) e da gasolina (-2,40%).
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INPC tem alta de 0,47%
O INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor) teve alta de 0,47% em outubro. No ano, o indicador acumula 4,81% e, nos últimos 12 meses, 6,46%. Os produtos alimentícios passaram de queda de 0,51% em setembro para alta de 0,60% em outubro, acompanhados dos preços dos produtos não-alimentícios, que passaram de recuo de 0,26% em setembro para alta 0,43% em outubro.
A diferença entre os dois índices é que o IPCA abrange produtos que afetam as famílias com rendimentos de 1 a 40 salários mínimos, enquanto o INPC leva em conta apenas as famílias com rendimentos de 1 a 5 salários mínimos, residentes nas regiões metropolitanas de Belém, Fortaleza, Recife, Salvador, Belo Horizonte, Vitória, Rio de Janeiro, São Paulo, Curitiba, Porto Alegre, além do Distrito Federal e dos municípios de Goiânia, Campo Grande, Rio Branco, São Luís e Aracaju.
Stephan F. Kautz, economista-chefe da EQI Asset, admite que o IPCA de 0,59% ficou acima do esperado pelo mercado, que era de 0,49%, mas acredita que a alta não é motivo para preocupação.
“A alta se concentrou em setores mais voláteis do cálculo. Os núcleos permanecem estáveis, na indústria e nos serviços, e a tendência é que a estabilidade se mantenha para os próximos meses”, afirmou o economista. Ouça a análise completa abaixo:
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