O IPCA-15, prévia da inflação, foi de 0,36% em março, ante 0,78% de fevereiro e expectativa de 0,32%.
Na base anualizada, a alta foi de 4,14%, ante 4,49% de fevereiro e projeção de 4,10%.
Nos últimos 12 meses, a variação do IPCA-15 foi de 4,14%, abaixo dos 4,49% observados nos 12 meses imediatamente anteriores. Comparativamente, em março de 2023, o IPCA-15 foi de 0,69%.
Os dados são do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15, divulgado nesta terça-feira (26) pelo IBGE.

IPCA-15 prévia da inflação: principais influências
O resultado foi, em grande parte, influenciado pelo grupo de Alimentação e Bebidas, com alta de 0,91% e impacto de 0,19 ponto porcentual (p.p.) no índice geral.
Dos nove grupos de produtos e serviços pesquisados, cinco registraram alta em março.
Além do grupo Alimentação e bebidas, também se destacaram os grupos Transportes (0,43% e 0,09 p.p.) e Saúde e cuidados pessoais (0,61% e 0,08 p.p.). As demais variações ficaram entre o -0,58% de Artigos de residência e o 0,19% de Habitação.
No grupo Alimentação e bebidas (0,91%), a alimentação no domicílio subiu 1,04% em março. Contribuíram para esse resultado as altas da cebola (16,64%), do ovo de galinha (6,24%), das frutas (5,81%) e do leite longa vida (3,66%). Outros itens apresentaram queda, como a batata-inglesa (-9,87%), a cenoura (-6,10%) e o óleo de soja (-3,19%).
A alimentação fora do domicílio (0,59%) acelerou em relação ao mês de fevereiro (0,48%), em virtude da alta mais intensa da refeição (0,35% em fevereiro para 0,76% em março). O lanche (0,19%) registrou variação inferior à registrada no mês anterior (0,79%).
No grupo Transportes (0,43%), houve queda na passagem aérea (-9,08%), que registrou o maior impacto negativo (-0,07p.p.) no mês.
Por outro lado, a gasolina (2,39%) teve o maior impacto positivo (0,12 p.p.).
Ainda em Transportes, a variação do ônibus intermunicipal (0,71%) foi influenciada por reajustes no Rio de Janeiro (6,69%), a partir de 24 de fevereiro; e em Curitiba (6,41%), a partir de 5 de fevereiro. No subitem trem (-1,00%), houve redução de 4,05% nas tarifas no Rio de Janeiro (-2,20%), a partir de 2 de fevereiro.
Em Saúde e cuidados pessoais (0,61%), o resultado foi influenciado pelo plano de saúde (0,77%), pelos produtos farmacêuticos (0,73%) e pelos itens de higiene pessoal (0,39%).
No grupo Habitação (0,19%), no resultado do gás encanado (-0,35%), os seguintes reajustes tarifários foram incorporados a partir de 1º de fevereiro: no Rio de Janeiro (-0,65%), redução média de 1,30%; e em Curitiba (-1,20%), redução de 2,29%.
IPCA-15: Belém tem o maior avanço e Goiânia, o menor
Quanto aos índices regionais, todas as áreas tiveram alta em março. A maior variação foi registrada em Belém (0,74%), por conta das altas do açaí (18,87%) e da gasolina (1,96%). Já o menor resultado ocorreu em Goiânia (0,14%), que apresentou queda nos preços do automóvel usado (-3,19%) e das carnes (-1,02%).
O que é o IPCA-15, prévia da inflação?
Para o cálculo do IPCA-15, a metodologia utilizada é a mesma do IPCA, indicador oficial de inflação. A diferença está no período de coleta dos preços e na abrangência geográfica.
Os preços foram coletados no período de 16 de fevereiro a 14 de março de 2024 (referência) e comparados com aqueles vigentes de 15 de janeiro de 2023 a 15 de fevereiro de 2024 (base).
O indicador refere-se às famílias com rendimento de 1 a 40 salários-mínimos e abrange as regiões metropolitanas do Rio de Janeiro, Porto Alegre, Belo Horizonte, Recife, São Paulo, Belém, Fortaleza, Salvador e Curitiba, além de Brasília e do município de Goiânia.
A próxima divulgação do IPCA-15, referente a abril, será no dia 26 de abril.
Para Stephan Kautz, economista-chefe da EQI Asset, o número do IPCA-15 veio bom, com indicação positiva para o IPCA, indicador oficial de inflação, que será fechado no final do mês.
No entanto, o dado não é bom o suficiente para que o Banco Central mantenha o ritmo de cortes de juros em 50 pontos-base por muito mais tempo – leia mais sobre o tema na matéria sobre ata do Copom.
“Houve uma desaceleração na parte de alimentos mais suave do que a gente esperava, e uma queda bem forte na parte de bens, produtos industrializados, como eletrodoméstimos e eletroeletrônicos. O grupo Educação, que tinha pressionado bastante o IPCA-15 em fevereiro, recuou”, aponta Kautz. Ouça o áudio na íntegra:
Você leu sobre o IPCA-15, prévia da inflação. Para investir melhor, consulte os e-books, ferramentas e simuladores gratuitos do EuQueroInvestir! Aproveite e assine a nossa newsletter: receba em seu e-mail, toda manhã, as principais notícias do portal!