A inflação na Argentina registrou 2,8% em abril, segundo dados divulgados nesta quarta-feira (14) pelo Instituto Nacional de Estatísticas e Censos (Indec). O resultado mostra uma desaceleração em relação a março, quando o Índice de Preços ao Consumidor (IPC) havia ficado em 3,7%. Nos últimos 12 meses, a taxa acumulada caiu de 55,9% para 47,3%, refletindo um progresso gradual no controle de preços após o primeiro ano do governo do presidente Javier Milei.
O setor de restaurantes e hotéis liderou os aumentos em abril, com alta de 4,1%, impulsionado principalmente pelos reajustes em alimentos e bebidas consumidos fora de casa. Em seguida, vieram recreação e cultura (4%), vestuário e calçados (3,8%), alimentos e bebidas não alcoólicas (2,9%) e bebidas alcoólicas e tabaco (2,8%).
Apesar da desaceleração mensal, a inflação anual permanece elevada, em 47,3%, ainda que abaixo dos 55,9% registrados em março. No acumulado do ano, os preços subiram 11,6%, indicando que, embora a tendência seja de queda, o país ainda enfrenta pressões inflacionárias significativas.
Milei adota ajustes para tentar controlar inflação na Argentina
Desde que assumiu o poder, Milei implementou uma agenda ultraliberal com cortes de gastos e ajustes fiscais, medidas que ajudaram a reduzir a inflação após os picos observados em 2023. Nos últimos meses, no entanto, a taxa mensal estagnou entre 2% e 3%, sinalizando que os desafios para estabilizar a economia persistem.
A Argentina viveu um marco histórico nesta semana com o anúncio do fim do controle cambial, popularmente conhecido como “cepo”. A medida, oficializada pelo presidente Javier Milei, encerra anos de restrições severas ao acesso ao dólar e permite a livre negociação da moeda no país.
A decisão é vista por analistas como um passo decisivo para a reintegração da Argentina ao mercado financeiro internacional. Com o câmbio liberado, o governo busca atrair investimentos, estabilizar a economia e recuperar a confiança dos agentes econômicos.