A Índia surpreendeu os líderes da Cúpula do G20 quando enviou convites para o evento que tem início no sábado (9) assinando como “Bharat”. O primeiro-ministro indiano, Narendra Modi, mudou o nome para a palavra em sânscrito que descreve o país.
“Bharat” significa Índia em hindi, língua falada por 70% da população local. Pesquisadores acreditam que o termo se originou em textos antigos do Hindu, em um passado pré-colonial.
O convite às autoridades mencionava um jantar com a presidente de Bharat, Draupadi Murmu, ao invés de “presidente da República da Índia”. Um relatório com título “Bharat, A Mãe da Democracia”, também foi distribuído.
Segundo a rede de televisão News18, fontes governamentais anônimas afirmaram que os deputados do partido do primeiro-ministro, o BJP, podem apresentar uma resolução para o uso oficial de “Bharat”.
Os defensores da mudança afirmam que a palavra “Índia” foi uma imposição dos britânicos, que colonizaram o país por cerca de 200 anos, até a sua independência, em 1947.
Por que Índia pode passar a se chamar Bharat
A aliança de partidos de oposição de Modi é uma frente que adota a palavra INDIA como sigla, que tem o significado de Aliança Inclusiva de Desenvolvimento Nacional Indiano em inglês.
Apesar do convite para o evento, os sites oficiais do governo indiano ainda usam o termo “governo da Índia”. Murmu ainda se descreve como “presidente da Índia” no X (antigo Twitter).

O envio dos convites, no entanto, reforça um discurso já adotado por outros líderes nacionalistas. A Constituição indiana também se refere ao país pelo nome em hindi. No Artigo 1 está escrito “a Índia, isto é, Bharat, será uma União de Estados”. No restante do texto constitucional, é utilizado apenas o nome Índia.