O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou que planeja conversar com o presidente russo, Vladimir Putin, na terça-feira (20), para discutir possíveis medidas para encerrar a guerra na Ucrânia. A declaração foi feita durante um voo de volta para Washington após um fim de semana de intensas negociações entre autoridades americanas e russas em Moscou.
“Queremos ver se conseguimos pôr fim a essa guerra”, disse Trump a repórteres a bordo do Air Force One. “Talvez consigamos, talvez não, mas acho que temos uma chance muito boa. Falarei com o presidente Putin na terça-feira. Muito trabalho foi feito no fim de semana.”
Trump busca o apoio de Putin para uma proposta de cessar-fogo de 30 dias, que foi aceita pela Ucrânia na semana passada. No entanto, os combates continuaram intensos durante o fim de semana, com ambos os lados trocando ataques aéreos pesados. A Rússia avança em direção à expulsão das forças ucranianas da região de Kursk, no oeste do país, onde os confrontos se arrastam há meses.
O Kremlin ainda não se pronunciou mas, na sexta-feira (17), havia expressado “otimismo cauteloso” em relação ao plano de cessar-fogo proposto pelos EUA. A mensagem foi transmitida ao enviado americano Steve Witkoff, que conduziu as negociações em Moscou.
Guerra na Ucrânia: desafios e exigências
Enquanto Trump busca avançar nas negociações, autoridades americanas destacam que ainda há obstáculos significativos a serem superados. Em aparições em programas de TV no domingo (18), o secretário de Estado Marco Rubio e o conselheiro de segurança nacional Mike Waltz enfatizaram que a Rússia ainda não concordou com um cessar-fogo, muito menos com uma resolução pacífica definitiva.
Waltz, ao ser questionado sobre a possibilidade de a Rússia manter o controle de partes do leste da Ucrânia em um eventual acordo de paz, respondeu: “Vamos expulsar todos os russos de cada centímetro do solo ucraniano?” Ele acrescentou que as negociações precisam ser baseadas na “realidade”. Rubio, por sua vez, disse que um acordo final exigiria “muito trabalho duro e concessões de ambos os lados”.
O presidente ucraniano, Volodymyr Zelenskiy, afirmou na sexta-feira que vê uma boa chance de encerrar a guerra após aceitar a proposta de cessar-fogo dos EUA. No entanto, ele reiterou que a soberania da Ucrânia não é negociável e que a Rússia deve devolver todo o território ocupado, incluindo a Crimeia, anexada em 2014, e as quatro regiões orientais tomadas desde a invasão de 2022.
A Rússia, por sua vez, exige garantias “firmes” em qualquer acordo de paz, incluindo a neutralidade da Ucrânia e a garantia de que os ucranianos não façam parte da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan). Em entrevista ao jornal russo Izvestia, o vice-ministro das Relações Exteriores, Alexander Grushko, afirmou que qualquer tratado de paz deve atender às demandas de Moscou. “Exigiremos que garantias de segurança inflexíveis se tornem parte deste acordo”, disse Grushko.
Você leu sobre guerra na Ucrânia. Para investir melhor, consulte os e-books, ferramentas e simuladores gratuitos do EuQueroInvestir! Aproveite e siga nosso canal no Whatsapp!