Em mais um esforço para tentar pôr fim à guerra da Ucrânia, que já dura mais de três anos, o governo de Kiev solicitou apoio diplomático do Brasil para tentar garantir a presença do presidente da Rússia, Vladimir Putin, em um encontro com o líder ucraniano, Volodymyr Zelensky, agendado para esta quinta-feira (15), em Istambul, na Turquia.
O pedido foi feito nesta terça-feira (13) pelo vice-chanceler ucraniano, Andrii Sybiha, ao ministro das Relações Exteriores do Brasil, Mauro Vieira, durante uma conversa telefônica. Segundo Sybiha, a Ucrânia espera que o Brasil use sua influência diplomática para persuadir o presidente russo a comparecer pessoalmente à reunião.
“Reafirmei a prontidão do presidente Zelensky para se encontrar com Putin na Turquia e pedi ao Brasil que use sua voz competente em seu diálogo com a Rússia para que este encontro direto de mais alto nível aconteça”, declarou o diplomata ucraniano.
Guerra da Ucrânia: Moscou sinaliza possível diálogo
No fim de semana, Moscou sinalizou disposição para um diálogo direto com Kiev, proposta que foi prontamente aceita por Zelensky. No entanto, o Kremlin declarou nesta terça-feira que ainda não confirma a participação de Putin e estuda a possibilidade de enviar representantes no lugar.
Zelensky reagiu de forma crítica, afirmando que o encontro só tem sentido com a presença direta de Putin. O presidente ucraniano chegou a acusar o líder russo de estar “com medo” de uma reunião cara a cara.
Em março, os presidentes dos Estados Unidos, Donald Trump, e da Rússia conversaram por telefone em uma tentativa de avançar nas negociações por um cessar-fogo na guerra da Ucrânia. A conversa, considerada um dos contatos diplomáticos mais longos entre os dois líderes nos últimos meses, teve como foco principal a interrupção dos ataques e a preservação da infraestrutura crítica ucraniana.
Em comunicado oficial, a Casa Branca informou que Trump e Putin concordaram com a necessidade de a Rússia interromper os bombardeios contra centrais elétricas na Ucrânia e avaliaram, na época, de forma positiva a proposta de um cessar-fogo temporário na região do Mar Negro, uma das áreas mais afetadas pelos confrontos.
No entanto, os combates não cessaram, e desde então Trump tem feito acusações indiretas à Zelensky, dizendo que o presidente ucraniano deveria de algum modo “facilitar” o fim do conflito, sugerindo que seria preferível perder alguns territórios em troca do término do conflito.
