O governo federal estaria estudando a possibilidade de adotar um programa para alimentos a serem vendidos para a população de baixa renda, com preços mais baixos ao praticados no mercado. A ideia é seguir um modelo semelhante ao adotado pelo programa Farmácia Popular.
De acordo com matéria da Bloomberg, esse novo programa, além de ajudar as pessoas de menor renda a comprar alimentos e combater a inflação, poderia ainda ajudar a impulsionar a popularidade do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Para poder vender alimentos mais baratos, porém, o governo teria de adotar subsídios para bancar os preços mais baratos, da mesma forma como acontece com os medicamentos. A questão é que esse tipo de proposta poderia provocar preocupações em um momento no qual a responsabilidade fiscal é alvo de discussões.
Programa para alimentos: Conab revela alta
O Boletim do Programa Brasileiro de Modernização do Mercado Hortigranjeiro (Prohort), divulgado pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), revelou que dezembro foi marcado por alta nos preços da cebola, cenoura e tomate, enquanto a batata apresentou queda significativa.
O monitoramento desses produtos, essencial para o consumo das famílias, faz parte da missão da Conab de equilibrar os preços no mercado, garantindo a lucratividade dos produtores e a acessibilidade para os consumidores.
Segundo o relatório, a batata registrou reduções constantes desde julho de 2024. Embora tenha apresentado uma leve recuperação em novembro devido à menor oferta, os preços voltaram a cair expressivamente em dezembro. “A média ponderada de preço dentre as Ceasas caiu 27,33% em relação à média de novembro. A maior oferta paranaense em dezembro foi a razão da baixa nos preços”, detalhou a Conab.
A cebola, por sua vez, interrompeu um longo período de queda e registrou alta de preços no último mês do ano. A mudança se deu devido à transição de safra, que alterou a dinâmica da oferta. “Em dezembro, configurou-se a nova distribuição da produção de cebola no país. A partir de então, a Região Sul passou a ser o principal ofertante dos mercados”, explicou o boletim.
Já a cenoura apresentou aumento de preços pelo segundo mês consecutivo, influenciado por uma concentração da oferta em Minas Gerais, enquanto estados como Bahia e Goiás reduziram o envio do produto ao mercado.
Haddad nega criação de subsídio
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, descartou a possibilidade de o governo adotar medidas com impacto fiscal para reduzir o preço dos alimentos. Segundo o ministro, subsidiar os produtos alimentícios não é a solução para enfrentar o aumento dos preços, que, de acordo com ele, está mais relacionado à variação do dólar e à dependência das safras agrícolas.
“Não há espaço fiscal para isso e não há necessidade de espaço fiscal para isso, porque o que vai resolver esse problema não é esse tipo de medida”, afirmou Haddad, ao ser questionado por jornalistas sobre a possibilidade de intervenção estatal para baratear os alimentos.
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