As fraudes bancárias digitais e golpes com cartões atingiram a marca histórica de R$ 10,1 bilhões no Brasil em 2024, segundo dados da Federação Brasileira de Bancos (Febraban).
O crescimento expressivo dessas fraudes coloca o setor financeiro e as autoridades em estado de alerta.
Crime organizado avança no ambiente digital
O crime organizado tem explorado cada vez mais o sistema financeiro digital, o que levou a Polícia Federal (PF) a mudar sua estratégia de combate a fraudes. O diretor-geral da corporação, Andrei Passos Rodrigues, classificou esse fenômeno como “cangaço digital” e afirmou que a migração das organizações criminosas para o ambiente virtual é uma realidade irreversível.
Antes, as investigações da PF se concentravam em golpes individuais. Agora, o foco está em identificar a origem das fraudes e desmantelar as redes criminosas. Para isso, a corporação estabeleceu três eixos de atuação: integração entre setor público e privado, descapitalização das quadrilhas e cooperação internacional.
Aliança nacional contra fraudes
O Ministério da Justiça e a Febraban lançaram uma “aliança nacional” para reforçar o combate a crimes financeiros. O presidente da Febraban, Isaac Sidney, defendeu medidas mais rigorosas, como punições administrativas para pessoas que “alugam” seus CPFs para movimentação de dinheiro ilegal, os chamados “laranjas”. Sidney também sugeriu que bancos sejam mais rigorosos na abertura de contas para evitar que sejam usadas exclusivamente para transitar recursos de origem criminosa.
O secretário nacional de Segurança Pública, Mario Sarrubbo, destacou que fortalecer o Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) é essencial para rastrear e barrar o fluxo de dinheiro ilícito. “Nós precisamos que o Coaf seja forte para que, junto com o sistema financeiro, possamos separar o joio do trigo”, afirmou.
O crescimento das fraudes bancárias no Brasil em 2024 mostra que o combate ao crime digital precisa ser cada vez mais sofisticado e integrado. A parceria entre governo, instituições financeiras e polícia será essencial para conter o avanço das organizações criminosas no setor.
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