O Fomc, órgão ligado ao Federal Reserve (Fed) e que é o comitê de política monetária dos Estados Unidos, decidiu reduzir a taxa de juros dos EUA em 25 pontos-base, para o intervalo entre 4,25% e 4,50%.
Em sua decisão, ao considerar a extensão e o momento de ajustes adicionais à faixa-alvo para a taxa de fundos federais, o comitê informou que avaliará cuidadosamente os dados recebidos, a perspectiva em evolução e o equilíbrio de riscos.
“O comitê continuará reduzindo suas participações em títulos do Tesouro e títulos lastreados em dívidas de agências e hipotecas de agências e está fortemente comprometido em apoiar o emprego máximo e retornar a inflação ao seu objetivo de 2 por cento”, diz trecho do relatório.
Ao avaliar a postura apropriada da política monetária o colegiado diz que continuará monitorando as implicações das informações recebidas para a perspectiva econômica. E além disso, estaria preparado para ajustar a postura da política monetária conforme apropriado se surgirem riscos que possam impedir a obtenção das metas.
Stephan Kautz, economista-chefe da EQI Asset, avaliou que a decisão frustrou o mercado que esperava quatro cortes nos juros. Mas em vez disso, o colegiado reduziu para possíveis duas reduções nas próximas reuniões.
“Mercados estão sofrendo bem com essa decisão já que o comunicado foi bem hawkish. O Fed reduziu a quantidade de cortes em 2025 para dois contra de 4 esperados. Além disso, subiu a projeção do Core PCE para 2025 além do esperado”, comentou ele.
Além disso, Kautz explicou que a expectativa, a partir de agora, é que as reduções passem a ser trimestrais.
Sinal disso é que a, após a decisão do Fed, o Ibovespa cai quase 3%, aos 120.947 pontos, sendo a pontuação mínima do dia, saindo dos 121 mil.
Projeções do Fomc
O Fed revelou as projeções atualizadas de seus dirigentes sobre os patamares de juros para os próximos anos, indicando diferentes visões sobre o cenário econômico dos Estados Unidos.
Para o final de 2025, 10 dirigentes preveem que a taxa de juros estará entre 3,75% e 4%, enquanto três projetam o intervalo entre 3,50% e 3,75%. Outros dois esperam que os juros estejam abaixo de 3,5% no mesmo período.
As projeções para o final de 2026 mostram maior dispersão. Três dirigentes acreditam que os juros estarão entre 3,75% e 4%, enquanto quatro projetam o intervalo entre 3,50% e 3,75%. A maior concentração de expectativas, no entanto, é de cinco dirigentes, que veem os juros situados entre 3,25% e 3,50% no final daquele ano.
Além disso, a autoridade monetária norte-americana ainda revisou para cima as medianas das projeções para o índice de preços de despesas com consumo pessoal (PCE, na sigla em inglês), principal medida de inflação utilizada pelo banco central norte-americano.
Para 2024, a mediana subiu de 2,3%, estimada em setembro, para 2,4%. Já para 2025, a projeção foi ajustada de 2,1% para 2,5%, indicando expectativas de pressão inflacionária mais persistente no horizonte de médio prazo.
Jerome Powell: ritmo de cortes menor
Em discurso nesta quarta-feira (18), o presidente do Federal Reserve (Fed), Jerome Powell, enfatizou que o ritmo nos cortes de juros serão mais lentos daqui em diante e disse que o banco central norte-americano mantém atenção equilibrada aos dois pilares de seu mandato: controle da inflação e manutenção do emprego. Ele destacou que, após cortes acumulados de 1 ponto percentual na taxa de juros, o Fed pode adotar uma abordagem mais cautelosa antes de considerar novos ajustes.
Powell indicou que o Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc) projeta a taxa de juros em 3,9% no final de 2025, mas ressaltou que essa estimativa não define as decisões futuras, que dependerão das condições econômicas. Segundo ele, a expectativa de menos cortes em 2025 reflete as revisões para cima nas projeções de inflação.
O presidente do Fed observou que os dados recentes sugerem uma flexibilização nas condições do mercado de trabalho, o que pode ajudar a aliviar pressões inflacionárias. No entanto, ele frisou que, apesar de algum progresso, a inflação permanece estável no curto prazo, o que exige mais avanços para justificar cortes adicionais nos juros em 2025.
Powell também destacou que, com os cortes já realizados, a taxa básica de juros está próxima do nível neutro, ou seja, aquele que não estimula nem contrai a economia.
O que é o Fomc?
A sigla quer dizer Federal Open Market Committee, que traduzindo livremente significaria algo como Comitê Federal de Mercado Aberto.
Trata-se de um órgão público ligado ao Federal Reserve, o Fed. Analogamente, o Fed corresponde ao nosso Banco Central do Brasil.
E uma boa forma de entender a atuação do Fomc também é por meio de uma analogia. Se compararmos ao nosso Copom, o Comitê de Política Monetária, teremos uma boa ideia dos objetivos desse órgão dos Estados Unidos.
Assim como o Copom, o Fomc é quem define a taxa básica de juros do país norte-americano. Também no mesmo formato de reunião, seus membros se encontram de tempos em tempos para fazer as avaliações.
São oito reuniões ao longo de um ano, com o objetivo de traçar os melhores rumos para a política monetária do país de forma que o Fed consiga executar um bom controle de aspectos econômicos.
A composição do Fomc talvez seja um dos aspectos mais interessantes a seu respeito. Ao total, são 17 membros participantes, dos quais 12 tem direito a voto.
Entre os que votam, está o mandatário máximo do Fed de New York, sete conselheiros provenientes do Federal Reserve Board e mais quatro presidentes dos outros Reserve Banks dos 11 restantes.
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