Os EUA ganharam mil milionários por dia em 2024, segundo o Global Wealth Report 2025, divulgado pelo banco suíço UBS. Ao todo, surgiram 379 mil novos milionários em solo americano, consolidando o país como líder absoluto em concentração de grandes fortunas. Esse avanço fez os Estados Unidos fecharem 2024 com um total de 23,8 milhões de pessoas com patrimônio superior a US$ 1 milhão.
O crescimento reflete uma expansão de 11% na riqueza das Américas, impulsionada pela estabilidade do dólar e pelo bom desempenho dos mercados financeiros. No cenário global, 684 mil pessoas passaram a integrar o grupo dos milionários, aumento de 1,2% em relação a 2023.
EUA lideram com folga o ranking global de milionários
O relatório analisou 56 países, que juntos representam mais de 92% da riqueza mundial. O domínio dos EUA é tão expressivo que sua quantidade de milionários supera a soma da Europa Ocidental e da Grande China.
Veja os cinco primeiros colocados no ranking global de milionários:
- Estados Unidos – 23,831 milhões
- China continental – 6,327 milhões
- França – 2,897 milhões
- Japão – 2,732 milhões
- Alemanha – 2,675 milhões
Desigualdade persiste apesar do aumento de milionários
Embora o número de milionários cresça, o relatório alerta que esse dado não reflete, necessariamente, uma sociedade mais próspera para todos. A concentração de riqueza segue como desafio global.
Por exemplo, no Brasil, país líder em milionários na América Latina, a desigualdade é gritante. Apesar de contar com 433 mil milionários, a riqueza mediana por adulto no país é de apenas US$ 6.482, o que equivale a cerca de R$ 35 mil. Enquanto isso, a riqueza média nos EUA ultrapassa os US$ 620 mil.
O Índice de Gini, que mede desigualdade, confirma esse abismo. O Brasil registrou um Gini de 0,82 — o maior entre todos os países do relatório, empatando com a Rússia. Em contraste, a Eslováquia tem o menor índice, de 0,38.
A maior transferência de riqueza da história
O estudo também projeta uma movimentação histórica no patrimônio global nas próximas décadas. Estima-se que mais de US$ 83 trilhões serão transferidos de uma geração para outra até 2050.
Os EUA lideram mais uma vez, com previsão de transferência de US$ 29 trilhões. Surpreendentemente, o Brasil aparece na segunda posição, com quase US$ 9 trilhões projetados. Essa previsão está diretamente ligada ao envelhecimento da população brasileira, que possui um grande contingente de pessoas com mais de 75 anos.