A EQI Asset revisou suas projeções para o final de 2022, e para os anos de 2023 e 2024, a partir das discussões atuais sobre estímulos fiscais e possível aumento dos gastos governamentais no próximo ano.
As alterações foram as seguintes:
- PIB de 2022 foi revisto de 3% para 3,2%;
- PIB de 2023 foi revisto de 0,9% para 1,5%;
- IPCA de 2022: de 5,6% para 5,8%;
- IPCA de 2023: de 4,8% para 5,2%;
- Câmbio de 2023: de R$ 5,30 para R$ 5,41;
- Selic de 2023: de 10,50% para 11,50%.
“Estamos incorporando um aumento dos gastos no que vem pelo período de um ano, que seria o período da PEC da Transição, com R$ 168 bilhões de gastos previstos acima do teto”, explica Stephan Kautz, economista-chefe da EQI Asset.
Por conta disso, o Produto Interno Bruto (PIB) de 2023 foi revisto pela gestora de 0,9% para 1,5%.
“O efeito dos estímulos fiscais entram na atividade em 2023, puxando o PIB para um crescimento um pouco melhor. Porém, isso não é duradouro, até porque a gente revisou também a nossa taxa Selic para cima, em relação ao que a gente tinha anteriormente. Então, esse efeito vai perdendo força e, em 2024, temos um PIB possivelmente de 1%”, explica.
Para a Selic, a revisão foi de 10,50% estimados anteriormente para 11,50%.
“Isso se dá, justamente, por conta dessa dinâmica do fiscal, que deve fazer com que a atividade desacelere de forma mais lenta e, aí, a gente tem, então, um IPCA projetado para 2023 de 5,2%, e para 2024, de 4,4%. A combinação dessa desaceleração de 5,2% para 4,4% deve fazer com que o Banco Central seja mais cauteloso na dinâmica de redução de juros”, ele explica.

Cortes na Selic a partir de agosto
A EQI Asset projetava, anteriormente, que os cortes da Selic começariam a partir de junho do próximo anos. Mas, agora, a gestora enxerga redução a partir de agosto, em um ritmo de 50 pontos-base, o que faria a taxa de juros terminar 2023 em 11,50% ao ano. Em 2024, ela deve recuar para 10%.
“Antes, tínhamos uma projeção de redução para 9% em 2024, mas que foi diminuída basicamente porque, com o aumento dos gastos fiscais, você tem um aumento da dívida, que puxa o risco país e puxa a taxa de juros de equilíbrio para cima. Então, trabalhávamos com uma taxa de 4,5% de juro real de equilíbrio, e puxamos para 5%”.
Em resumo, Kautz afirma, será uma dinâmica de mais gastos fiscais, com aumento da dívida, mas que, em um primeiro momento, promoverá aumento do PIB.
No entanto, isto deve fazer o Banco Central ser mais cauteloso e mais conservador no corte de juros.
“Em 2024, você poderia continuar reduzindo um pouco mais os juros, no entanto, você acaba tendo uma dívida maior do que você teria inicialmente, o que faz com que o juro médio real tenha que ser mais alto”, explica.

Nova alta para Selic em 2023 é descartada
Kautz afirma que, diferentemente da visão de alguns analistas mais pessimistas com 2023, a EQI Asset descarta um aumento de juros para a Selic em 2023.
“A gente considera que teria que haver um estresse adicional muito maior para que a gente possa eventualmente ter os juros subindo de novo no ano que vem. Então, o risco, hoje, é o Banco Central postergar cada vez mais o início da queda de juros ou então começar em uma velocidade menor do que o esperado”, conclui.
- Ouça aqui o áudio de Stephan Kautz:
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