O índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) nos Estados Unidos teve alta de 0,3% em dezembro na comparação mensal, após avanço de 0,1% em novembro. Os dados do CPI, inflação nos EUA, com ajuste sazonal foram divulgados nesta quinta-feira (11) pelo Departamento do Trabalho norte-americano e vieram levemente acima da projeção do mercado, de alta de 0,2%.
No ano, a inflação nos EUA acumulada foi de 3,4%, acima das estimativas do mercado, de avanço de 3,2%.
O núcleo do CPI, que desconsidera preços mais voláteis, como de alimentos e energia, teve alta mensal de 0,3%, ficando estável em relação à variação de novembro. Na comparação anual, o avanço foi de 3,9%.
O núcleo da inflação nos EUA é monitorado de perto pelo Federal Reserve, banco central norte-americano, para as decisões de política monetária. A autoridade monetária tem uma meta de 2% no ano. O Fed volta a decidir sobre os juros dos EUA nos dias 30 e 31 de janeiro.
O avanço do índice deu-se, principalmente, pelo setor de moradia, que contribuiu para metade da alta dos itens consultados. Em seguida, o setor de energia teve uma alta de 0,4% no mês passado, enquanto os preços de alimentos tiveram alta de 0,2%, em movimento estável em relação a novembro. No período, a gasolina subiu 0,2%.
O índice energético recuou 2,0% nos 12 meses encerrados em dezembro, enquanto o de alimentos subiu 2,7% no último ano.

O economista-chefe da EQI Asset Stephan Kautz observa que o CPI dos Estados Unidos veio praticamente em linha com o consenso, tanto no núcleo como no número cheio da inflação. Havia certa expectativa para redução do número cheio, por uma deflação no preço de combustíveis no período, especialmente na gasolina.
“Houve alguma desaceleração no setor de serviços, porém mais lenta, e ainda em 0,40%, o que é incompativel com a meta de inflação de 2% no ano que o Federal Reserve detém. O segmento de bens oscilou próximo de zero, portanto tivemos mais da dinâmica vista nos últimos meses“, comenta.
Habitação segue em alta, com expectativa de que nos próximos dois ou três meses comece a convergir para um patamar mais baixo, e se mantém como um ponto de atenção para esse período — se essa desaceleração realmente acontecerá, diz Kautz.
“Em geral, o resultado nos informa que o Fed terá de continuar atento aos dados nos próximos meses para se convencer de que a inflação irá convergir para a meta de 2% em 2024. Há necessidade de mais números, mais desaceleração do crescimento da atividade — algo que os dados ainda não mostraram hoje. O cenário de corte de juros do mercado para março deve ser empurrado para frente, parecendo pouco provável para agora. Nossa projeção é de que os cortes tenham início em junho ou julho nos EUA.”
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