O índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) nos Estados Unidos teve alta de 0,1% em novembro na comparação mensal, após estabilidade (0,0%) em outubro. Os dados do CPI, inflação nos EUA, com ajuste sazonal foram divulgados nesta terça-feira (12) pelo Departamento do Trabalho norte-americano e vieram em linha com o esperado.
Nos últimos 12 meses, a inflação nos EUA acumulada é de 3,1%, em linha com as projeções do mercado.
O núcleo do CPI, que desconsidera preços mais voláteis, como de alimentos e energia, teve alta mensal de 0,3%, após avanço de 0,2% em outubro. Na comparação anual, o avanço foi de 4,0%, também em linha com as estimativas. O núcleo da inflação nos EUA é monitorado de perto pelo Federal Reserve, banco central norte-americano, para as decisões de política monetária. A autoridade monetária tem uma meta de 2% no ano.
O Fed decide sobre os juros dos EUA amanhã, quarta-feira (13).

O setor de Hospitalidade continuou a subir em novembro (0,4%), compensando a queda dos preços da gasolina. O índice de energia caiu 2,3% ao longo do mês. Uma queda de 6,0% nos preços do combustível compensou a elevação de índices de outros componentes energéticos no período. O grupo de alimentos subiu 0,2% no mês, após alta de 0,3% em outubro.
A alimentação no domicílio subiu 0,1% no mês, enquanto o índice de alimentação fora de casa subiu 0,4%.
O economista-chefe da EQI Asset, Stephan Kautz, diz que o CPI veio praticamente em linha com o consenso de estabilidade (0,00%). O núcleo, que é o que o Federal Reserve realmente dá atenção, veio em linha com as projeções, em 0,30%.
“O setor de serviços segue apresentando certa resistência, oscilando próximo ao patamar de 5%, ainda alto. Ao excluir o setor imobiliário do grupo de serviços, observa-se uma reaceleração no mês para 0,50% vindo de 0,34% em outubro. Nos últimos três meses, houve avanço de 0,50%, o que gera um certo incômodo“, avalia.
Os núcleos, especialmente em serviços, têm mostrado certa resistência em desacelerar de maneira significativa abaixo de 0,50%. Isso não quer dizer que o núcleo como um todo não deva continuar caindo, diz Kautz. A parte de bens e produtos continua recuando, inclusive com uma leve deflação, o que deve levar o núcleo para o patamar de 3,5% nos próximos meses. Para ficar abaixo disso, será necessária uma contribuição maior de bens, além de desaceleração da economia norte-americana.
“No geral, a abertura não veio tão positiva, portanto o Fed deve interromper a alta dos juros, mas mantendo um discurso duro, de preocupação com inflação e crescimento, muito por conta dos números recentes de inflação. A autoridade certamente não vai querer sancionar nenhum tipo de precificação da curva de juros, de cortes, para o início do ano que vem.“
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