Nesta quinta-feira (25), Veneza deu início à cobrança de uma taxa diária para os visitantes, uma estratégia para lidar com o turismo excessivo. No entanto, alguns moradores estão relutantes com a medida, pois não desejam que o local se transforme em um “museu”.
Segundo o responsável adjunto de Turismo de Veneza, Simone Venturini, a cidade vendeu cerca de 10 mil bilhetes online ao preço de € 5 (R$ 27,96 na cotação atual). Os ingressos, apresentados em formato de QR code, devem ser exibidos aos fiscais, que estão distribuídos em diversos pontos, especialmente na estação ferroviária de Santa Lúcia, o principal acesso a esta famosa cidade, reconhecida como Patrimônio Mundial da UNESCO.
Apesar da taxa ser moderada e o sistema não estabelecer um limite de visitantes diários, as autoridades municipais esperam que isso desencoraje parte dos turistas que lotam as vielas e pontes sobre os canais nos dias de maior movimento.
Turismo de grande escala em Veneza
O desafio do turismo em massa provocou movimentos de rejeição em outras regiões, especialmente na Espanha, levando as autoridades a buscar um equilíbrio entre o bem-estar dos residentes e a vitalidade de um setor econômico essencial.
Em abril, o prefeito Luigi Brugnaro reconheceu que a medida é um “experimento”, cujo progresso será observado de perto por outras cidades ao redor do mundo que enfrentam desafios semelhantes. Ele também declarou em uma publicação da rede social X que ” com coragem e grande humildade estamos a introduzir este sistema porque queremos dar um futuro a Veneza e deixar esta herança da humanidade às gerações futuras”.
Durante os períodos de maior movimento, a cidade italiana recebe cerca de 100 mil turistas que pernoitam na cidade, além de dezenas de milhares de visitantes diários. Isso contrasta com os aproximadamente 50.000 residentes que vivem no centro da cidade.
Sua comuna, uma das mais visitadas do mundo, proibiu que grandes navios de cruzeiro atracassem na cidade.
Detalhes da taxa diária
A cidade italiana, pioneira mundial na implementação de uma medida deste tipo, cobrará a taxa dos turistas que chegarem entre as 08h30 e as 16h00 no horário local. Eles devem baixar seu QR code no site, disponível também em inglês, espanhol, francês e alemão.
Apesar disso, o projeto tem um alcance limitado: em 2024, apenas 29 dias de intenso fluxo turístico serão afetados pela nova tarifa. Ela começa a ser aplicada nesta quinta-feira, feriado na Itália, e será válida praticamente todos os fins de semana de maio a julho.
Os visitantes que forem flagrados passeando sem pagar a entrada podem enfrentar uma multa que varia entre € 50 e € 300 (equivalente a R$ 279 e R$ 1.677).
Aqueles que passarem pelo menos uma noite na cidade não serão afetados e receberão um QR code gratuito. Exceções estão previstas, especialmente para menores de 14 anos e estudantes.
Manifestação contra a medida
Alguns moradores, entretanto, não enxergam a medida com bons olhos, pois acreditam que ela representa um ataque à sua liberdade de circulação e é mais um passo em direção à transformação da cidade em um museu.
Nesta quinta-feira (25), manifestantes foram vistos em confronto com a polícia de choque por causa do programa piloto, com alguns tentando romper o bloqueio de policiais na Piazzale Roma para entrar na cidade.
Na quinta-feira, manifestantes foram vistos em confronto com a polícia de choque por causa da medida, com alguns tentando romper o bloqueio de policiais na Piazzale Roma para entrar na cidade.
Outros seguravam faixas com dizeres como “Não à passagem, Sim às casas e serviços para todos” e “Veneza não se vende, se defende”, enquanto protestavam contra a medida.
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