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Chuvas no Rio Grande do Sul: qual o impacto nas empresas listadas?

Chuvas no Rio Grande do Sul: qual o impacto nas empresas listadas?

As chuvas no Rio Grande do Sul provocam uma das piores tragédias climáticas de sua história. Além de ser um grande produtor agrícola e de carnes, o estado também sedia muitas empresas, muitas delas listadas na bolsa de valores. A EQI Research preparou uma análise para avaliar a situação das empresas gaúchas em meio às chuvas para as companhias sob sua cobertura.

No setor de utilidades públicas, duas empresas estão sendo especialmente prejudicadas pela crise. A primeira é a CPFL ($CPFE3), concessionária responsável pela distribuição de energia em 2/3 do estado por meio da distribuidora subsidiária RGE Sul. Além disso, a barragem da usina hidrelétrica (UHE) 14 de julho sofreu um rompimento parcial, e ainda não se sabe a dimensão dos danos que devem ser arcados pela empresa.

Outra empresa afetada é a Equatorial (EQTL3), cuja subsidiária é a ex-estatal CEEE-D distribui energia para a região metropolitana de Porto Alegre. “A empresa enfrentará custos operacionais para restabelecimento do fornecimento e investimentos para reconstrução da rede”, avaliou a casa de análises.

Chuvas no Rio Grande do Sul: varejo e proteínas

Apesar da sede em Porto Alegre, a EQI Research não vê impactos mais profundos para Lojas Renner ($LREN3) em decorrência das chuvas. Por ora, conforme informado pela companhia, apenas 4% das suas lojas físicas estão fechadas.

“Considerando uma venda média por loja entre R$ 1,1 e R$ 1,4 milhões/dia, caso essas lojas permaneçam fechadas por 14 dias isso representaria um impacto no faturamento entre R$ 15 e R$ 20 milhões, algo próximo a apenas 0,1% do faturamento anual”, diz parte do relatório.

Além disso, a empresa não possui nenhum centro de distribuição no estado e que o impacto de fornecimento de produtos vindos da sua rede de parceiros é imaterial.

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Capital gaúcha ficou completamente alagada. Foto: Agência Brasil

Sobre as empresas do setor de proteínas, a mais impactada é a BRF ($BRFS3). Essas preocupações são relativas a fatores como possíveis disrupções em sua cadeia produtiva (interrupção das unidades de processamento); e aumento dos preços dos grãos, em especial do milho.

“Em relação às possíveis disrupções na produção, não achamos que as chuvas do Rio Grande do Sul devem impactar significativamente as operações da BRF, apesar da relevância do estado na produção de aves e suínos do país”, informou a Research.

De acordo com o documento, apenas cinco das 21 unidades de abate de aves da companhia se encontram no Rio Grande do Sul. Destas, três sofreram paralisações temporárias, e já devem retomar atividades nos próximos dias. No caso dos suínos, das oito plantas nacionais, somente uma está no estado.

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Transportes e logística

O setor seguinte analisado pela EQI Research é o de transportes e logísticas. A Rumo ($RAIL3) informou que, após eventos climáticos que atingiram o estado do RS, a Operação Sul da companhia foi parcialmente afetada no estado. A circulação de trens no momento está parcialmente interrompida e os danos aos ativos ainda estão sendo mensurados.

“Com base em uma avaliação inicial, não se espera desvios materiais dos resultados estimados para o ano de 2024, conforme projeções apresentadas. A prioridade da Companhia é garantir a segurança dos colaboradores e de suas famílias, assim como das operações na região”, disse o relatório da casa de análises.

A Tegma ($TGMA3) informou em comunicado que o desastre meteorológico não teria afetado de maneira significativa suas principais instalações, nem a mais importante rota de escoamento de veículos de sua principal base no estado, no município de Gravataí, para o restante do país. No entanto, as entregas dentro do Rio Grande do Sul estão parcialmente suspensas.

O recesso da GM que estava programado para terminar no último dia 7 foi prorrogado para quando melhorarem as condições meteorológicas.

Por sua vez, a JSL ($JSLG3) informou que o efeito econômico é muito menos preocupante do que a questão humanitária, e tem levado mantimentos e ativos para ajudar na situação do estado.

As chuvas afetaram o transporte de lixo em Porto Alegre, 50% da operação de transporte de madeira na fábrica de papel e celulose, e a Marvel (empresa controlada do grupo) teve que reajustar a logística para rotas mais longas. Contudo, não foram vistos impactos materiais até o momento.

Enqunto isso, a Vamos ($VAMO3) informou que possui 185 funcionários no estado e dois estabelecimentos foram afetados, nas cidades de Eldorado e São Leopoldo – duas das cidades que mais sofreram danos. A diretoria da companhia informou que no pior cenário pode ter perda de inventário no valor entre R$ 20 e R$ 40 milhões de reais, o que representaria menos de 200 caminhões. O montante é imaterial frente aos 50 mil ativos.

Por fim, a Movida ($MOVI3) está focadas em ajudar os colaboradores e comunidade no estado e em paralelo estão levantando o impacto financeiro efetivo. A companhia informou que possui 16 lojas no estado, mas apenas duas foram alagadas e conseguiu retirar grande parte dos veículos, ficando apenas 10% da frota em loja. Contudo, informaram que as lojas possuem seguro e terão que avaliar ainda o real impacto.

No setor de saúde a Fleury ($FLRY3), informou que não sofreu impactos materiais no estado do RS. A empresa de laboratórios possui 24 unidades no estado, mas apenas seis foram impactadas. contudo, essas unidades representam menos de 2% da receita consolidada.

Bancos

Sobre os bancos, a EQI Research informou que nenhum dos principais bancos – Itaú ($ITUB4), BB ($BBAS3), Bradesco ($BBDC4) e Santander ($BCSA34; $SANB11) – deve ser materialmente impactado pela tragédia, uma vez que não tem exposição concentrada no estado, principalmente em termos de carteira de crédito para pessoas físicas e pequenas e médias empresas (PME).

Embora o Banco do Brasil seja exposto ao agro no Rio Grande do Sul, há o seguro do ProAgro que cobre as perdas. O Programa de Garantia da Atividade Agropecuária – Proagro é um programa do governo federal que garante o pagamento de financiamentos rurais de custeio agrícola quando a lavoura amparada tiver sua receita reduzida por causa de eventos climáticos ou pragas e doenças sem controle.

“O Proagro tem como foco principalmente os pequenos e os médios produtores, embora esteja aberto a todos dentro do limite de cobertura estabelecido na regulamentação Ainda que tenham exposição, não é obvio que todos os clientes gaúchos terão dificuldades para arcar com suas dívidas bancárias (por exemplo, um crédito consignado de funcionário público estadual não deve ter problemas para ser recebido conforme contrato)”, informou trecho do relatório da EQI Research.

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