O BTG Pactual ($BPAC11) reiterou sua recomendação neutra para as ações da Vale (VALE3), com preço-alvo de US$ 11, após a mineradora apresentar dados de produção ligeiramente acima do esperado no segundo trimestre de 2025 (2TRI25). O banco destacou que, embora os volumes tenham surpreendido positivamente, não houve mudanças relevantes no cenário fundamental que justifiquem uma revisão na tese de investimento.
A produção de minério de ferro da companhia somou 78,2 milhões de toneladas entre abril e junho, o que representa um avanço de 2% em relação às estimativas do BTG. A companhia continua no caminho para atingir sua meta anual de 325 a 335 milhões de toneladas. O desempenho foi impulsionado principalmente pelas operações em Brucutu e no projeto S11D, que apresentaram crescimento significativo na comparação anual.
Apesar do avanço nos volumes, os embarques totais caíram 3% na base anual, refletindo a estratégia da Vale de priorizar produtos de teor médio em detrimento das pelotas, cujo volume recuou 16% no período. Os preços realizados também pressionaram os resultados: os finos foram vendidos a US$ 85,1 por tonelada (-6% na base trimestral e -13% na anual), enquanto as pelotas recuaram para US$ 134 por tonelada (-5% t/t e -15% a/a).
Vale (VALE3): dados de metais básicos levemente acima das projeções
No segmento de metais básicos, os números também vieram levemente acima das projeções. A produção de cobre totalizou 92,6 mil toneladas (+18% a/a), e os embarques, 89 mil toneladas (+17% a/a), com destaque para os ativos de Salobo, Sossego e operações no Canadá. Já o níquel teve produção de 40,3 mil toneladas (+44% a/a), com embarques de 41,4 mil toneladas e preços realizados de US$ 15.800/t, 4% acima da previsão do BTG.
Apesar dos avanços operacionais, o banco opta por cautela diante do cenário macro ainda incerto, especialmente na China. Segundo o BTG, o recente rali das ações da Vale parece mais especulativo do que sustentado por fundamentos sólidos. A instituição acredita que os preços do minério de ferro devem passar por correções no segundo semestre, projetando valores de US$ 95 por tonelada em 2025 e US$ 85 em 2026.
A avaliação do banco também aponta para uma valorização limitada das ações da companhia no curto prazo, com os papéis negociados a cerca de 4,8 vezes o EBITDA estimado para 2025 e dividend yields entre 5% e 7%. “Preferimos aguardar maior visibilidade no cenário macro antes de adotar uma posição mais otimista”, conclui o relatório.