A China definiu uma meta de crescimento econômico de cerca de 5% para o ano de 2024, semelhante à do ano anterior (quando cresceu 5,2%) e alinhada às previsões dos analistas, conforme apontado nesta terça-feira (5) pelo primeiro-ministro do país, Li Qiang, na abertura do Congresso Nacional do Povo, em Pequim.
Para atingir essa meta, o país planeja operar com um déficit orçamentário de 3% em relação à produção econômica, uma redução em comparação aos 3,8% revisados do ano passado.
Um provável estímulo econômico foi citado no relatório e aponta a emissão de 1 trilhão de yuans (aproximadamente US$ 140 bilhões) em títulos especiais ultralongos do governo ainda este ano. Se colocada em prática, será a quarta venda de dívida desse tipo do governo dos últimos 26 anos – a mais recente foi em 2020, feita para socorrer o país à época da pandemia.
Além disso, a China estabeleceu a meta de inflação em 3% – vale dizer, o país enfrenta o mais longo período de deflação desde o final da década de 90 e será difícil conseguir uma forte expansão.
O país também visa criar mais de 12 milhões de empregos urbanos neste ano, mantendo a taxa de desemprego em torno de 5,5%.
Meta de crescimento da China: país está em desaceleração
Embora a economia chinesa tenha crescido 5,2% em 2023, permanece fortemente dependente do investimento impulsionado pelo crédito e liderado pelo Estado, levantando preocupações sobre sua capacidade de sustentar esse ritmo a longo prazo.
A meta para este ano será mais desafiadora de se alcançar do que foi a do ano anterior, uma vez que desapareceu o efeito de base favorável proporcionado pelo ano de 2022, impactado pela Covid-19, afirmam os analistas.
“Não foi dado nenhum detalhe de como esta meta será alcançada e parece extremamente difícil, pegando um ano de comparação razoável que foi 2023. Tirando os anos de pandemia, fica claro que a China está desacelerando o crescimento, os 12%, 15% de antigamente não existem mais”, afirma Luis Moran, head da EQI Research.
A China enfrenta atualmente desafios significativos, incluindo a crise imobiliária, o aprofundamento da deflação, a instabilidade no mercado de ações e os crescentes problemas de dívida dos governos locais. Essas questões exercem pressão sobre os líderes chineses. Analistas sugerem que a China provavelmente precisará reduzir suas ambições de crescimento anual no futuro.
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