O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, afirmou nesta quarta-feira (3) que olhando para o pós pandemia, a avaliação é de que os desafios são maiores do que os antecipados em transição para uma economia verde.
Campos Neto participou, por videoconferência, de evento do Pavilhão Brasil da COP26. De acordo com ele, será necessário ser criativo no financiamento dessa transição.
Além disso, Campos Neto frisou que o BC está engajado na agenda verde. Ele não cogitou ter um departamento unicamente voltado ao assunto, mas um BC verde como um todo. De forma que o tema permeasse todas as ações da autarquia.
Durante o evento, ele também comentou que mudanças climáticas afetam a política monetária de maneira “pesada”. Citou o efeito de ondas de calor, geadas e outros eventos climáticos que impactaram a cadeia de suprimentos nos preços. “Os riscos climáticos e ambientais afetam inflação, que é nosso primeiro mandato.”
Campos Neto reforçou que os riscos climáticos afetam o outro mandado do BC, o de estabilidade do sistema financeiro. Há impacto, por exemplo, no balanço dos bancos e no que eles financiam. “Mais e mais BCs fazem testes de estresse que incluem climáticos”, disse.
Conforme o presidente do BC, o Brasil está está atingindo uma terceira fase da agenda verde, a de finança ESG. Ele disse que há conversas com outros BCs e desejo de estar na fronteira das finanças verdes. “O fluxo de dinheiro ao redor do mundo está procurando oportunidades ESG.”
*Com Agência Reuters e Agência Estado
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