Roberto Campos Neto, presidente do Banco Central (BC), reafirmou a estratégia do Comitê de Política Monetária (Copom) de reduzir a taxa Selic em 0,50 pontos percentuais por reunião nos próximos encontros. No entanto, ele ressaltou que essa abordagem pode ser reavaliada a cada decisão.
“Entendemos que o ritmo de 50 bps é adequado. Vemos esse ritmo para as próximas reuniões, pelo menos duas à frente. Claro que tudo pode ser reavaliado na reunião”, afirmou Campos Neto durante o almoço da Frente Parlamentar do Empreendedorismo (FPE).
Ele observou uma mudança “marginal” no cenário externo e afirmou que a inflação doméstica “está convergindo” para as expectativas do BC.
“O último dado [de inflação] foi benigno, avaliamos que conseguimos continuar nesse passo. A gente tem uma série de incertezas, acho que o BC tem adotado essa postura prudente, O ritmo de 50bps é o mais apropriado e as coisas estão mais ou menos dentro do que a gente esperava”, acrescentou.
Para Campos Neto, a batalha não está ganha
Campos Neto enfatizou que “a batalha não está ganha e é preciso perseverar”, sinalizando a necessidade de manter a vigilância e a prudência na condução da política monetária. Ele lembrou que o BC tem um mandato de garantir a estabilidade de preços e que a inflação está abaixo da meta há três anos.
“Na Inglaterra tem o pior dos mundos, com surpresa inflacionária ainda para cima. De forma geral estamos em desinflação mais lenta”, pontuou.
O presidente do BC também destacou que a instituição tem atuado para estimular a concorrência e a inovação no sistema financeiro, por meio de iniciativas como o open banking, o PIX e o sandbox regulatório.
Ele disse que o BC está comprometido com a agenda de sustentabilidade e que pretende lançar em breve um programa de incentivo ao crédito verde. Além disso, ele afirmou que o BC está trabalhando na modernização do real digital, que será uma moeda digital emitida pelo próprio BC.