O megainvestidor Warren Buffett comentou pela primeira vez, no sábado (3), sobre o aumento de tarifas de importação promovido em abril pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. Durante a convenção anual de investidores da Berkshire Hathaway, Buffett criticou o uso de barreiras comerciais como ferramenta de disputa entre nações.
“Não acho boa ideia um mundo em que alguns países dizem ‘hahaha, nós ganhamos. O comércio não deveria ser uma arma”, afirmou.
Buffett expressou preocupação com o impacto das medidas protecionistas nas relações internacionais e destacou que o crescimento global é benéfico para todos: “Queremos um mundo próspero, e isto não acontecerá às nossas custas.”
Segundo ele, o sucesso dos Estados Unidos está intimamente ligado à sua postura como mercado aberto, e não ao isolamento. Para Buffett, o protecionismo é uma estratégia contraproducente.

Buffett e as tarifas: a visão do “oráculo” sobre os EUA
Apesar das tensões comerciais e de sinais de desaceleração econômica, Buffett demonstrou otimismo quanto ao futuro dos Estados Unidos. Ele ressaltou a resiliência histórica do país diante de grandes transformações — como a Grande Recessão e a criação da bomba atômica — e acredita que o país continuará a se reinventar.
“Estruturamos nossa sociedade em cima de promessas que sempre entregamos. O dia em que mais tive sorte na minha vida foi quando eu nasci, porque nasci nos Estados Unidos”, afirmou.
A aposentadoria de Buffett: transição histórica na Berkshire Hathaway
Durante o mesmo evento, Warren Buffett, de 94 anos, anunciou que deixará o cargo de presidente-executivo da Berkshire Hathaway no fim de 2025. Ele recomendou ao conselho de administração que o atual vice-presidente, Greg Abel, assuma a posição de CEO.
“Acredito que chegou o momento de Greg se tornar o CEO da empresa ao final do ano”, declarou Buffett, encerrando uma era de mais de seis décadas à frente da companhia.
Buffett foi responsável por transformar a Berkshire Hathaway de uma empresa têxtil em crise em um dos maiores conglomerados dos Estados Unidos, com atuação em setores como seguros, energia, transporte e consumo. Apesar da surpresa de muitos investidores, Buffett revelou que já havia comunicado seus filhos sobre a decisão, embora até então afirmasse que não tinha planos de se aposentar.
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