O BTG Pactual (BPAC11) avaliou a atuação da Ecorodovias (ECOR3), em novo relatório que foi publicado nesta segunda-feira (23). Segundo o banco de investimentos, a empresa conseguiu concluir a aquisição da Rodovia Rio-Valadares. Desta forma, o BTG manteve o seu rating para compra de ações, que estão negociadas ao preço-alvo de R$ 17.
O trecho da estrada adquirida inclui parte da concessão da ex-CRT (Rio-Teresópolis) e Via-Dutra (Rio-São Paulo), com o adicional da BR116 até Governador Valadares, no Estado de Minas Gerais. Segundo cálculos apresentados pelo governo, estima-se que o projeto tenha TIR real de 8,47%.
“Em nossa avaliação preliminar, incluindo as condições de licitação da ECOR, economia de opex (~20%) e capex (~10%), vemos a TIR real e desalavancada atingindo dois dígitos. A métrica está alinhada à retórica da administração de focar em leilões que gerem caixa desde o primeiro dia da concessão, não prejudicando a alavancagem financeira.” informou trecho do relatório.
Vale destacar, que a Ecorodovias foi a única licitante e desta forma, obteve uma melhor oferta com um melhor retorno durante o processo de aquisição. É previsto um desconto tarifário de 3,11%.
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Análise de ativos para a Ecorodovias (ECOR3)
A Rio-Valadares conta com 727 quilômetros entre os estados do Rio de Janeiro e Minas Gerais. Segundo o relatório, o contrato de concessão terá duração de 30 anos e serão investidos R$ 11,3 bilhões para uma série de melhorias na rodovia. Deste total serão implantados:
- 255 quilômetros de novas pistas;
- 8 quilômetros de trechos rodoviários;
- 1.630 quilômetros de ciclovias;
- 75 passarelas;
- 303 quilômetros em duplicações de vias.
Estima-se o investimento de R$ 9,9 bilhões em opex e uma série de benefícios para motoristas ao longo do contrato, como por exemplo, o desconto tarifário de 5% para os que usam tags, como o Sem Parar.
“Vemos a aquisição como positiva, pois tem um bom posicionamento geográfico com o portfólio da ECOR, que está presente em Minas Gerais e no Rio, gerando mais sinergias (principalmente opex). Também é um projeto brownfield (com trechos das concessões ex-CRT e ex-Dutra), portanto gera caixa nos anos iniciais da concessão e, portanto, não deve prejudicar a alavancagem financeira da ECOR”, relatou o banco.
O documento disse ainda que a concorrência zero pelo ativo também é positivo para o retorno do projeto ao possibilitar uma oferta mais racional.
“Por outro lado, mais pressão inflacionária pode representar riscos negativos para as projeções de capex do governo (estimadas em R$ 11,3 bilhões)”, acrescentou.
Alocação de capital positiva
Este foi o primeiro leilão de rodovias federais de 2022 e a aquisição da Rio-Valadares representa o reforço de uma estratégia para alocação de capital da Ecorodovias. Este cenário está associado à administração da empresa, que investe em projetos de brownfield, com o intuito de não ter obstáculos relacionados à alavancagem.