O BTG Pactual (BPAC11) analisou a Tupy (TUPY3) após aquisição da MWM do Brasil. Segundo o relatório do banco, o valor da negociação foi R$ 865 milhões e este EV, que será pago no fechamento, corresponde a aproximadamente 4,0x Ebitda da MWM em 2001. Desta forma o BTG manteve a sua recomendação de compra ao preço-alvo de R$ 21.
A empresa adquirida atua na fabricação de motores para terceiros e está alinhada à montadoras de ônibus, caminhões e máquinas pesadas que atuam no Brasil, Europa e Estados Unidos. Vale destacar, que a transação está sujeita a reajustas de preços habituais e necessita de aprovação por parte do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (CADE).
Segundo o relatório, BNDESPar e Previ, que possuem parte do capital social da companhia, se comprometeram a aprovar a operação. Desta forma, a Tupy consegue ampliar a sua exposição na descabornização da economia e amplia o seu portfólio no segmento de motores.
BTG (BPAC11): player forte em motores
A MWM é uma referência mundial em montagens de motores usinagem, testes e outros serviços. Em relação a fabricação, a companhia produz peças para terceiros e atende montadoras do Brasil, Estados Unidos e Europa.
“A empresa também atua no setor de energia e descarbonização, fabricando geradores de biocombustíveis e
convertendo motores para funcionar com gás natural, biodiesel, biogás e biometano. Além disso, a MWM administra uma rede de distribuição nacional no segmento de reposição.” informou o BTG.
Vale destacar, que a MWM do Brasil registrou o montante de R$ 2,7 bilhões em sua receita líquida em 2021 e conseguiu expandir as suas atividades para o segmento marítimo, com a fabricação e vendas de sistemas de propulsão próprios e de terceiros e desenvolve também mecanismos para geração de energia a bordo.
Descarbonização
A Tupy poderá ter um aumento na participação na indústria de motores com a aquisição, isto é, com serviços relacionados a fundição, usinagem, montagem, assistência técnica e engenharia.
O banco também destacou a força da companhia na tendência global de descarbonização, já que a MWM lidera o segmento de bicombustíveis e desta forma, a Tupy poderá desenvolver uma série de novas tecnologias.
Por fim, a reposição é outro fator positivo para a operação, já que a MWM opera com distribuição de componentes de pós-vendas, em especial, com peças de motores a diesel.
Dados positivos
Segundo o banco, a operação é bastante positiva para a Tupy, devido:
- múltiplo de 4,0x Ebitda em linha com o atual valuation da empresa;
- fortalece a Tupy na indústria de fabricação de motores;
- adiciona novos caminhos de crescimento, produtos de descarbonização e componentes de reposição.
“Em termos de alavancagem, a Tupy encerrou o 4T com relação dívida líquida/EBITDA de 1,5x, além de uma posição de caixa de ~R$1,2bi. Ao todo, a Tupy reposicionou com sucesso sua tese de investimento nos últimos anos, evoluindo de um fabricante regional de blocos de motor e cabeçotes para um player global líder em tecnologia de motores. As recentes aquisições da Teksid e MWM, além de outras iniciativas voltadas para a tecnologia, confirmam essa mudança.” finalizou o BTG.