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Brasil terá um dos maiores déficits nominais do mundo em 2024 e em 2025, projeta o BTG

Brasil terá um dos maiores déficits nominais do mundo em 2024 e em 2025, projeta o BTG

O Brasil está prestes a registrar um dos maiores déficits nominais do mundo em 2024 e 2025, segundo um relatório divulgado pelo banco BTG Pactual. O estudo também aponta que a dívida pública do país deve continuar em trajetória ascendente nos próximos anos, intensificando os desafios fiscais.

De acordo com o relatório, os déficits nominais em relação ao Produto Interno Bruto (PIB) deverão alcançar:

  • 7,8% em 2024;
  • 8,6% em 2025.

O déficit nominal é calculado pela diferença entre as receitas totais, incluindo aplicações financeiras, e as despesas totais, que abrangem os juros da dívida. Um superávit nominal ocorre quando as receitas superam as despesas.

Na comparação global, o Brasil terá o segundo maior déficit nominal, ficando atrás apenas da Bolívia, considerando tanto economias desenvolvidas quanto emergentes. Países como China e Estados Unidos, as duas maiores economias do mundo, também deverão apresentar déficits nominais elevados, mas ainda assim inferiores ao brasileiro.

Crescimento da dívida pública

O estudo do BTG projeta que a dívida pública brasileira seguirá uma tendência de alta, devendo atingir 86% do PIB até o final de 2026, um crescimento de 14 pontos percentuais durante o governo atual.

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Esse cenário traz implicações significativas para o mercado financeiro. Um maior risco de descontrole fiscal faz com que investidores exijam juros mais altos para aplicar recursos no país, o que eleva ainda mais o custo da dívida pública brasileira.

Fabio Serrano, economista do BTG Pactual, ressalta que, embora o endividamento crescente seja uma tendência global, os números brasileiros são mais preocupantes. “Entre os emergentes, temos um dos níveis de endividamento mais altos e um dos déficits nominais mais elevados, tornando a nossa situação mais desafiadora”, afirmou ao G1.

Dois fatores principais explicam o alto custo da dívida brasileira, segundo Serrano:

  1. A percepção de risco dos investidores diante da dinâmica desafiadora da dívida pública;
  2. A pressão da política fiscal expansionista sobre a demanda, que alimenta a inflação e exige juros mais altos para seu controle.

Além disso, o real desvalorizado em relação ao dólar e a percepção de incerteza em relação ao controle das contas públicas também impactam negativamente o cenário fiscal.

Resultado primário e desafios do arcabouço fiscal

Apesar das dificuldades, o relatório aponta que o governo deve atingir a meta de déficit primário zero em 2024, conforme estabelecido pelo arcabouço fiscal aprovado em 2023. Essa meta considera o equilíbrio entre receitas e despesas, excluindo o pagamento de juros da dívida.

Ainda assim, o cumprimento do arcabouço fiscal em 2025 depende de fatores como o aumento de receitas incertas e o corte de despesas via revisões administrativas e sociais, ações que enfrentam desafios políticos e jurídicos.

O BTG estima que o déficit nominal médio durante o governo de Luiz Inácio Lula da Silva será de 8,2% do PIB entre 2023 e 2026, um aumento em relação aos 7% do PIB registrados no governo de Jair Bolsonaro, entre 2019 e 2022.

Embora o governo tenha iniciado ações de revisão de benefícios irregulares e medidas para economizar, o relatório alerta que a execução dessas iniciativas enfrenta barreiras de avaliação objetiva, apoio político e validação jurídica.

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