O Brasil passou a ocupar a segunda posição no ranking global de juros reais, ficando atrás apenas da Turquia. A elevação da taxa Selic para 15% ao ano, anunciada pelo Comitê de Política Monetária (Copom) na última quarta-feira (18), colocou o país com juros reais de 9,53%, segundo levantamento do MoneYou.
A expressão “juros reais” se refere à taxa de juros nominal descontada da inflação projetada para os próximos 12 meses.
Como o Brasil chegou até aqui?
A decisão do Banco Central de subir a Selic em 0,25% marca a sétima alta consecutiva da taxa básica de juros, que agora está no maior patamar desde julho de 2006, quando chegou a 15,25%. O movimento busca conter as pressões inflacionárias, em meio a um cenário de incerteza fiscal e alta dos preços, especialmente dos alimentos.
Enquanto isso, o contexto internacional também pesa. A guerra comercial entre os Estados Unidos e seus parceiros, somada às políticas protecionistas do governo norte-americano, ajudou a reduzir a pressão do câmbio no Brasil, mas não foi suficiente para acalmar o cenário doméstico.
O ranking dos maiores juros reais do mundo
Na liderança do ranking está a Turquia, com juros reais de 14,44%, seguida pelo Brasil (9,53%) e pela Rússia (7,63%). Outros países da América Latina também aparecem nas primeiras posições, como a Argentina (6,70%), que subiu quatro posições em relação à medição anterior.
Veja os cinco primeiros colocados:
| País | Juros Reais (%) |
|---|---|
| Turquia | 14,44% |
| Brasil | 9,53% |
| Rússia | 7,63% |
| Argentina | 6,70% |
| África do Sul | 5,54% |
Juros nominais também estão entre os maiores
Quando se observa a taxa nominal — aquela sem descontar a inflação — o Brasil também está no topo, ocupando a quarta posição mundial. A Turquia lidera com impressionantes 46% ao ano, seguida pela Argentina (29%) e pela Rússia (20%). O Brasil aparece com 15% ao ano.
O que isso significa para os brasileiros?
Na prática, juros reais altos tornam o país mais atrativo para investidores estrangeiros que buscam rentabilidade, mas têm efeitos colaterais importantes para a economia. Crédito mais caro, financiamento mais difícil e desaceleração do consumo interno são algumas das consequências.






