A Organização Mundial de Saúde Animal (OMSA) confirmou nesta quinta-feira (26) o reconhecimento da autodeclaração do Brasil como país livre de gripe aviária, chamada de influenza aviária de alta patogenicidade (IAAP), em granjas comerciais. A medida marca um avanço sanitário para o setor avícola nacional e ocorre após a implementação dos protocolos exigidos pela entidade internacional, 28 dias após a erradicação do único foco identificado no País, registrado em Montenegro (RS), em 15 de maio.
O reconhecimento foi formalizado após o envio, em 18 de junho, do documento oficial do governo brasileiro à OMSA, assinado por Marcelo de Andrade Mota, diretor do Departamento de Saúde Animal do Ministério da Agricultura e delegado do Brasil junto à organização. “O objetivo desta autodeclaração é a recuperação do Brasil como país livre de infecção por vírus da influenza aviária de alta patogenicidade em aves”, destacou o documento.
A OMSA já havia alterado o status do caso para “encerrado” na semana passada em seu sistema oficial. Agora, o relatório técnico com a descrição das medidas adotadas pelo Brasil foi disponibilizado publicamente, reforçando a resposta rápida e eficaz do país frente ao surto isolado.
Gripe aviária: abate de aves e descarte de carcaças ajudaram a reduzir contaminação
Entre as ações adotadas estiveram o abate sanitário das aves, descarte oficial de carcaças e ovos férteis, limpeza e desinfecção das instalações e a aplicação de um vazio sanitário iniciado em 21 de maio. Também foi realizada vigilância reforçada em um raio de 10 km da granja afetada, com inspeções clínicas e coletas de amostras, todas com resultado negativo para a doença.
A resposta seguiu os protocolos do Plano Nacional de Contingência para Emergências Sanitárias e do plano de vigilância para influenza aviária e doença de Newcastle. O Brasil mantém a proibição à vacinação contra gripe aviária, medida que ajuda a garantir transparência e controle sanitário rigoroso.
Leia também:
Com o novo status sanitário, o setor avícola brasileiro — responsável pela maior exportação de carne de frango do mundo — começa a recuperar espaço no mercado internacional. Desde o reconhecimento do fim do foco em Montenegro, 17 países já retomaram oficialmente as importações de carne de frango brasileira, incluindo Japão, Egito, Paraguai, Vietnã, El Salvador e Líbia.
Apesar da retomada, 14 países ainda mantêm restrições pontuais ao frango originado no Rio Grande do Sul, como Arábia Saudita, México, Reino Unido e África do Sul. Outros, como Emirados Árabes, Catar e Jordânia, limitam os vetos ao município de Montenegro ou ao raio de 10 km do foco original. A expectativa do setor é de que, com a confirmação internacional do controle da doença, novas restrições sejam gradualmente suspensas.
